A felicidade não vem assim, de mão beijada. E foi da forma mais dura que eu pude entender isso. Imaginava que de repente, em um dia qualquer, eu acordaria e puff. Ela estaria ali ao meu lado. Na verdade, foi quase assim. Mas para ela chegar e se acomodar não foi de repente. Não foi de uma hora para a outra.
É que a felicidade vem escondida na maturidade, na tentativa e, pasme, até no erro. Para ela chegar e querer ficar, eu tive que passar por maus bocados por não entender ou aceitar certas coisas.
Para a felicidade chegar, eu tive que fazer as pazes comigo mesma. Ela jamais iria gostar de permanecer por aqui se eu continuasse me martirizando e odiando minha própria companhia, na verdade, enquanto eu não fui minha melhor opção, ela só fez fugir.
Ela também não fez questão de ficar enquanto eu continuasse com medo de soltar cordas que só estavam ferindo minhas mãos. E isso diz respeito a relacionamentos, amizades e situações afins. Porque eu tive que deixar ir quem não queria permanecer. Tive que abrir mão de pessoas que eu nunca me imaginei sem. Tive que seguir, mesmo querendo ficar.
Passei noites em claro chorando sem entender que rumo minha vida estava seguindo. Fiquei dias sem saber o que fazer com toda a bagunça(nada boa) que eu me encontrava. Mas aos poucos as coisas vão clareando. Os pontos sem sentido ganham contorno. E finalmente, em um dia qualquer, depois dos olhos inchados do choro, eu percebi que ela tinha chegado. E para ficar. Mesmo que vez em quando se esconda entre as decepções e dores do caminho, ela sempre volta. Ela sempre sabe o seu lugar e horário. Ela nunca se atrasa.
Porque se a gente sempre volta para nosso lugar, fiz do meu coração o seu lar. A felicidade por aqui tem o aconchego perfeito e aprendeu o caminho de volta.
Imagem de capa: Jacob Lund/shutterstock