Imagem de capa: PANIGALE, Shutterstock
Acredita-se tudo está, sempre, nas mãos do outro: a felicidade amorosa, a aprovação do próprio comportamento e o sonho em ser feliz, como se o aval alheio fosse primordial para a nossa liberdade.
Se entendermos que a condição humana é imperfeita e que ninguém tem o direito de nos julgar, seríamos, no mínimo, mais felizes, e não nos sentiríamos inferiores e isolados uns dos outros. Entender que, cabe a nós o desenvolvimento do amor próprio e da autoestima, é se conscientizar do valor que temos, além respeitar a história de vida que construímos até aqui.
Pouco importa se o outro não te acha interessante, se não te considera inteligente ou se acha que você não é bonita suficiente para lhe acompanhar no jantar da empresa. O que importa é quem você É e o que você sabe a SEU respeito e não o que um estranho pensa sobre você.
De todos os sentimentos humanos, dois deles você nunca deve admitir sentir: a autocompaixão e o desamor próprio. Quando a autocompaixão corresponde a um sentimento de ternura e de cuidado próprio, é até aceitável. Porém, na maioria das vezes, o que as pessoas sentem é uma autopiedade misturado a um sentimento de depressão que as fazem aceitar qualquer coisa na vida, como se não fossem merecedoras de nada melhor.
Kristin Neff, uma das principais referências em autocompaixão na atualidade afirmava que não há “autocompaixão não exige que nos avaliemos positivamente ou que nos vejamos como melhores do que outros. Pelo contrário, as emoções positivas da autocompaixão surgem exatamente quando a autoestima cai. Quando não atendemos a nossas expectativas ou falhamos de alguma forma’.
Hellen Keller, escritora e conferencista americana, foi a primeira mulher portadora de deficiência visual e auditiva a conseguir diploma de bacharelado e afirmava que “a autocompaixão é o nosso pior inimigo, e se nos rendermos a ele nunca poderemos fazer nada de sensato neste mundo”.
Entenda que não existe um ponto de referência de beleza, de profissionalismo e de inteligência. Esse ponto é você e o quão é capaz de superar suas dificuldades diárias. A superação é entre o que você é e o melhor que pode ser, e só. Enquanto você não esconder as suas verdades, por medo da opinião pública, não conseguirá encontrará a liberdade e, consequentemente, nunca será completamente feliz.
Olhe no espelho e reflita: quem é você? Que caminhos percorreu até aqui? Que marcas seu corpo traz de superação? Que traços de verdades você carrega no rosto? Quais são as consequências de ter sido tão dura consigo até hoje? Por que deixa seu passado influenciar sua vida? Por que não se acha merecedora de uma vida melhor?
Será que não está na hora de olhar com menos rigor para sua essência e com mais amor para sua história? Você é linda, guerreira, sensata e única. Faça as pazes com o espelho e tenha coragem de olhar com mais frequência para ele. Lembre-se da famosa de Rubem Alves: “Os olhos são pintores: eles pintam o mundo de fora com as cores que moram dentro deles. Olho luminoso vê mundo colorido; olho trevoso vê mundo escuro”.
Seja crítico consigo, mas não cruel. Realista, mas não a ponto de não enxergar as próprias qualidades. Entenda que você só será amada pelos outros, quando for capaz de se amar primeiro.