Não quero viajar para fugir dos problemas, mas para encontrar afetos que não conheço.

Imagem de capa: everst, Shutterstock

A minha vida não é ruim. Posso dizer – e sem nenhuma injustiça, que colhi coisas boas por onde andei. Só falta uma coisa, viver de verdade. Não quero viajar para fugir dos problemas, mas para encontrar afetos que não conheço.

Tenho essa vontade louca, juntar uns trocados, separar o necessário e, sem agendar um adeus, simplesmente partir. Não importa o destino, apenas preciso ir. Não é fuga, mas encontro. Um encontro esperado há tanto tempo que não pode ser evitado, quanto mais adiado. Nada contra as coisas que ficam, mas o mundo é grande demais para ter depositado os meus inteiros num único lugar. Quero conhecer, provar e trocar sentimentos. Porque nada relacionado ao sentir pode começar e terminar do mesmo jeito. Sou metamorfose. Ocupo e transbordo facilmente. Sou daquelas almas que, apesar de juntarem sensações, não se privam das oportunidades dadas pela vida.

Posso ter problemas, muitos problemas a lidar. Mas nada disso impede o meu espírito de voar mais longe. E é exatamente assim que a gente se cura dos machucados, dos incômodos e das decepções. Viajar é um exercício de explodir autoestima. É quando descobre-se o verdadeiro propósito desse transitar entre espaços e pessoas.

Portanto, não estou fugindo. Não quero fugir. O que quero é encontrar as minhas próprias composições e definições. Para isso, viajar. Conhecer, desbravar e contemplar os lados e vistas, os versos e prosas, os cumprimentos e despedidas. Reescrever, capítulo por capítulo, a minha história. Para autoconhecimento, para afetos.



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