Imagem de capa: Creative Photo Corner, Shutterstock
Me desculpe se eu não pude ser mais vontade do que desconfiança,
mais fantasia do que desconstrução.
Me desculpe se não pude ser mais mergulho no encantamento do que medo de me perder de mim mesma de novo.
Me desculpe se não pude te querer acima de mim, se não pude querer o amor acima da vida, se não pude me envenenar de sonhos, me entorpecer com ideias frescas.
Me desculpe por ser imatura, louca, instável, apaixonada, fria, bruxa. Chegar intensa e quando ver que não cabia inteira, virar as costas e sair sem olhar para trás.
Me desculpe, de verdade, por não me sentir mal.
Me desculpe, de verdade, por não sentir vontade de me explicar e pedir desculpas.
Me desculpe, de verdade, pelas verdades pulsantes e pelas mentiras ditas como tentativa de ser sua.
Me desculpe por não acreditar que você poderia me entender e me aceitar ao invés de me colocar para baixo e eu também não pude fazer o mesmo com você.
Desculpe por não ver maldade onde você vê, por não ver terror, por não querer ser melhor do que sou, por não me enquadrar, mesmo sabendo que eu poderia. Por não ter tido o cuidado sobre humano que você esperava.
Me desculpe por rir e achar que sim, tudo valeu muito a pena.
Me desculpe por não sentir culpa, por não me redimir, por não me arrepender e por não ter medo da solidão e da perda.
Me desculpe por não querer mudar.
Desculpe por errar e escolher o erro.
Por não entender bem o seu lado, e escolher ficar no meu.
Por não ter parâmetros morais e me perdoar e viver assim mesmo.
Por não querer tratar minha loucura para caber no seu abraço.
Por não acreditar numa vida mais bonita e comedida.
Desculpe as minhas vísceras expostas e o meu comodismo nelas.