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As fatias do tempo, as semanas, os meses, os anos, sugerem que sempre é tempo de encerrar um ciclo e recomeçar o outro. Contudo, nem sempre ganhamos a consciência do novo, porque fazemos tudo igual ao ciclo anterior.
Ninguém pode pretender trocar de casa, de trabalho, de carro, de rotina, a cada semana. Somos prisioneiros de uma toada repetitiva, e seguimos em frente, ao ritmo do que a vida nos impôs.
Então o que fazer com o novo, se o velho nos aprisiona em obrigações e contratos? Em primeiro lugar, podemos ganhar a visão da eternidade que nos permeia.
Sentimos que somos matéria, pensamo-nos quase fixos na massa, porque ocupamos o mesmo lugar em nosso circuito de obrigações, mas o éter, esse imenso espaço vazio carregado pela energia que vive dentro e fora de nós, está em permanente conexão com o Universo.
Ele viaja o tempo todo e faz constantes interações com a Mente Universal. Se tivéssemos consciência disso, não haveria dois dias iguais. E por que não temos? Porque vivemos extremamente situados no nível consciente.
A nível consciente só a inteligência funciona e ela nos diz onde estamos, e o lugar que ocupamos no mundo da matéria. Mas o inconsciente, não. O inconsciente acompanha a evolução do corpo etérico, cuja interação se faz através do espírito.
Porque o mundo ignora a existência do espírito, os seres humanos vivem mais ou menos como o cachorro, que sabe a hora certa que o dono o levará para passear, e espera por ela, sem a mínima possibilidade de mudar o horário, o percurso, e o itinerário.
Quantos mundos nos rodeiam? Milhões deles. Não apenas no universo físico mas também no campo etérico. Cada pessoa é um mundo. Cada vida é única, mas é também Universal.
Enquanto vivermos isolados nas nossas caixinhas regidas pelo cérebro, pensando que somos o que pensamos, deixamos de viver o que realmente podemos ser, se tão somente ampliássemos a percepção inconsciente.
E de que jeito faremos isso? Treinando a observação.
Podemos começar por esta: não somos o nosso pensamento. O pensamento é apenas uma das funções que aprendemos a executar. A mais fácil delas. A mais simples. A mais “macaca” porque pula de galho em galho e não se fixa em nada.
Somos o observador.
Observe o seu pensamento. Veja como ele te trai e te leva a pensar banalidades e fofocas que nada têm a ver com a sua vida. Ou te cerceia fornecendo crenças limitantes que não te deixam ampliar os horizontes.
Treine o pensamento para ficar debaixo da sua observação. Desenvolva um senso crítico anterior ao processo de pensar. Ordene ao pensamento que se cale e você verá o quanto ele se rebela e exibe o comportamento do macaco.
Só isso já será um excelente começo para situar os equívocos que a nossa mente nos prega, fazendo-nos pensar que somos a mente, quando na verdade, somos muito mais do que ela.
O treino começa com aquecimento.
Aqueça o seu coração sabendo que você não é a sua mente, e portanto, você não é o que pensa, diz, e faz. Você não é nem mesmo a emoção que sente. Se você fosse, não se arrependeria nunca dos seus pensamentos, palavras, obras e sentimentos.
Você é muito maior do que o seu pensamento que é a sede do intelecto, onde se processam as suas emoções. Apenas não sabe disso porque o seu Universo fica reduzido ao tamanho da sua Consciência. Que por sua vez, só está consciente dessa vida automática que as circunstâncias criaram.
Comece a expandir a sua Consciência observando o seu pensamento.
Afaste-se dois passos e assuma o lugar do observador. Permita-se duvidar do seu pensamento. Ouse discordar do que ele diz. Realize uma crítica interna e depois, deixe-o ir. Não discuta com ele. Não perca a serenidade. Apenas o observe.
Só isso já fará uma grande diferença.
O observador em você fará o seu pensamento ficar “sem jeito” como um menino envergonhado. E a partir dai, o campo energético terá espaço para introduzir o novo em sua vida.
Não me pensem esotérica. Sou e não sou. Leio bastante, penso ter aprendido o que li, mas muitas vezes não consigo praticar o que compreendi com o meu intelecto.
Todo conhecimento que SÓ chega na mente não produz transformação. Para haver transformação é preciso substantificar o conhecimento e transforma-lo em experiência.
No meu esoterismo ainda pouco substantificado vive uma alma que acredita em Deus como um Espírito Universal maior do que todas as religiões e maior do que toda a teologia que tenta explica-lo.
Creio em Deus. Mas também creio naquele que não crê. Porque acredito que aquele que não crê, também contém em si a divina semente que, no seu devido tempo e mundo, irá florescer.
Somos peregrinos em jornada. Compete-nos aprender, não apenas com o exercício intelectual consciente, mas também com as surpresas que o Universo nos oferece a cada dia.
A maioria de nós só aprende com a mente. Só equaciona com a mente. Só resolve com a mente. Isso não nos transforma. O grande desafio é aprender com a observação e a substantificação que realmente transformam.