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Chegamos no tempo certo. Vivemos através de muitos amores que se foram para hoje nos encontrarmos. E foi bom assim. Agora, sabemos como é querer inteiro alguém por perto. Como é nosso esse jeito que temos de combinar os seus sonhos com os meus. Para o amor que não guarda saudades, amar é todos os dias uma vida inteira.
A gente se espalha, em camadas, abraços e ternuras que quase ninguém tem a sorte de conquistar. Muitos desistem pelo caminho, culpando os tempos falhos e as ausências esfarrapadas. Mas nós, não. Vez ou outra, você reconhece e eu concordo, entendimento é extensão direta no amor. É quando a necessidade de estar certo não existe. Não sofremos abstinência. Abandonamos o vício de almejar a palavra final nos desencontros passados. Não leva a lugar nenhum insistir no ego que divide em vez de somar.
Somos imperfeitos e sempre seremos. O amor não liga para isso. Ainda assim, não quer dizer que devemos estagnar no discurso do “eu não consigo mudar”, ou, pior, no preguiçoso “eu não quero mudar”. Nesses casos, o amor liga. O amar então, fica exausto se esbarrar com essas falas. Mas nós, não. Nós temos uma chama que não cessa diante do provável. Acenamos contra todas as chatas possibilidades em busca de caminhos mais de acordo com o amor que merecemos.
Continuamos no tom certo. Vivemos com muitas saudades e não economizamos elas. E é muito bom que seja dessa forma. Amanhã é tão importante quanto hoje. Porque ter alguém inteiro ao seu lado é esquecer de ser um pouquinho cada dia. É, na verdade, ser muito mais todos os dias. Uma vida inteira, inclusive.
Amor e amar, expostos. Sentindo-os.