Imagem de capa: Jacob Lund, Shutterstock
Peguei a estrada, viajava com o pôr-do-sol no retrovisor e a alma leve, então tocou uma música da nossa banda favorita, aquela animadinha, que você balança a cabeça enquanto canta. É estranho como encontramos as respostas nos momentos mais inesperados… Me deu uma saudade danada do seu sorriso.
Então percebi, não podemos desistir. Não agora, pelo menos. Fiquei refletindo o quanto já fomos felizes e o quanto o carro fica vazio sem a minha parceira musical, mesmo que você adore repetir a mesma canção mil vezes. A liberdade de poder trocar de música a hora que eu quiser não compensa.
Eu não tenho certeza de que desta vez vai dar certo, mas eu tenho certeza que não quero desistir, porque eu acho que ainda há muitas coisas por viver juntos, quem vai ser o nosso silêncio caloroso quando precisemos um do outro?
Há tantas palavras dentro de mim que ainda não te disse e tantos lugares que ainda não te levei para conhecer. Há muita felicidade prometida que eu ainda não consegui cumprir e uma folha riscada cheia de planos para o futuro que escrevemos juntos.
Se o coração ainda sente e continuamos sendo importantes um para o outro, devemos acreditar. Comecemos de novo, sem culpados ou inocentes, porque sabemos que só o perdão faz o amor sobreviver. Pois talvez já tenhamos cometido todos os erros possíveis para errar novamente.
Eu quero que todas as pesquisas que limos na internet e todas as opiniões alheias se explodam, quero que a gente dê certo, se você ainda quiser. Fracassar não é tentar de novo, mas desistir de algo que queremos. Quero encontrar o caminho que nos faz seguir viagem, e que aprendamos finalmente que dialogando podemos ainda ir mais além. Eu segurarei a sua mão firme, enquanto você quiser segurar a minha.
Eu quero acreditar que ainda podemos ser nós dois, que a nossa história ainda não teve um ponto final e que ela não precisa acabar. Eu quero acreditar que nós dois somos diferentes de tantas histórias de amor que ficaram pelo caminho.
Vamos dar uma chance ao destino de ainda estarmos aqui, de ter deixado inconscientemente alguns laços para que não nos afastássemos totalmente, como a custódia do gato, os aniversários dos afilhados e os livros emprestados. Eu confio que a vida sempre nos dá alguns sinais sobre quem deve ficar nas nossas vidas.
Vem que o seu lugar de co-pilota ainda está aqui, vem para te ver novamente cantando aquela música do Paralamas, enquanto vemos o pôr-do-sol aparecendo no lado esquerdo da sua janela, no carro. E deixemos tocar aquela canção…
One more time, ime, ime.
Tenho de tentar…