Imagem de capa: Nina Buday, Shutterstock
Tem amores de aeroportos que começam nos bastidores, sabe? Entre o ir e vir de passageiros, tem aqueles que ficam, que trabalham, decolam e pousam sempre no mesmo abraço… Essa história começa assim. Esse voo começa numa sala cheia de gente, numa troca de olhares e na vida, que se desenrola para que dois corações se esbarrem e se enlacem. Não adianta tentar mudar de horário, de cidade, país. Se a conexão deve ser feita, inevitavelmente, ela será.
É perceptível quando o destino já está traçado. Estavam ambos ali, no meio de uma multidão espremida numa sala de treinamento. Gente de todos os lados, sotaques de todos os tipos, todos com um propósito em comum. Entre uma conversa e outra, os olhares se cruzaram e só. Apenas um ‘hei, sei que você existe’. Não houve uma troca de palavras sequer – e, honestamente?, nem precisava.
A vida seguiu. Passageiros decolaram e pousaram. Eles decolaram e pousaram, cada um em cada canto, cada qual com seu abraço. Ele achou um peito para morar, ela uma mão para segurar. Meia noite em Paris e ele puxou uma conversa, ela trocou umas palavras. Ele lá, ela cá. Ele cá, ela lá. Nunca no mesmo voo, nunca no mesmo espaço, nunca no mesmo país.
A rotina desenrolou-se e o destino deu o seu jeitinho de cruzar uma linha na outra. Ela já não tinha mais mão para segurar. Ele já não tinha mais peito para fazer morada, mas ambos tinham uma amiga em comum. Ele voou com a amiga, ela comentou a foto. Ele comentou do treinamento, da troca de olhares e das vontades. A amiga fez a ponte aérea. Um convite, um jantar, um beijo. E a descoberta de dois corações que, incrivelmente, já estavam perdidamente apaixonados.
Ela é pôr-do-sol, ele é amanhecer. Ela é saudade, ele também. Ela voa, quase sempre, para países distantes. Ele voava, também. Era ele lá, ela cá. O destino muda. A conexão foi feita. Coincidentemente, agora é ele lá e ela lá também. Dividindo o mesmo espaço, dividindo o mesmo céu. Ela fez dele a mão para segurar. E ele fez dela, o peito para morar.
Essa poderia ser só uma história de amor bonita – e é. Essas linhas, tão bonitas no papel, são reais e sinceras demais.