Imagem de capa: Kate Chombokosh/shutterstock
Em algum ponto da sua vida essa vontade vai bater. Ela não vai pedir licença, nem se desculpar pela intrusão, simplesmente vai entrar e te obrigar a encarar tudo com outra perspectiva.
Se essa vontade já chegou e você ainda não fez nada com ela, comece a colocar uma coisa por dia na mochila. Comece pelo o que for mais fácil: aquele livro preferido que você já releu duzentas vezes; a camiseta que sua melhor amiga te deu e que, por acaso, tem a sua frase preferida; o perfume que o seu namorado trouxe daquela viagem; as cartinhas de aniversário da sua mãe inconformada que o tempo estava passando rápido demais quando você só tinha dez anos… Coloque uma coisa por dia e, logo menos, a coragem de seguir essa vontade vai bater mais e mais forte.
Neste momento, você vai olhar para os lados e se perguntar o que te segura aqui: faculdade, emprego, amigos, família, namorado? Ou, então, você se dará conta de que nada disso te segura mais, que a vontade de ir pra longe é maior do que tudo. A faculdade vai acabar logo menos, o emprego nem é tão bom assim, os amigos vão continuar bem sem você, a família vai te visitar e o namorado talvez não seja o grande amor da sua vida.
É essa vontade arrebatadora de conhecer novos lugares, de amar novas pessoas, de se entregar a outros destinos. Essa vontade que a rotina não supre, que os velhos conhecidos não satisfazem e que nem mesmo a família acalenta. É essa vontade de descobrir o mundo por conta própria, andar por ruas desconhecidas e desfrutar de outras visões de mundo.
É se apaixonar por uma pessoa estranhamente nova e, finalmente, entender que o mundo tem bilhões de pessoas e que se não deu certo com uma, certamente é porque tem alguém melhor por aí. É entender que se os seus amigos não são mais tão amigos assim, é porque você mudou e talvez eles continuem os mesmos, mas que tem muita gente por aí que mudou também, você só precisa encontrá-las. É sentir a leveza maluca de explorar o desconhecido até que ele se torne conhecido o suficiente para te dar vontade de voltar para o ninho, ou então, de ficar longe para sempre.