Imagem de capa: Goran Bogicevic, Shutterstock
Quero atravessar a rua segurando a mão do meu amor. Não apenas para protegê-lo dos carros que correm contra o tempo, mas para que a gente não esqueça os pequenos detalhes que nos fizeram chegar até aqui juntos.
Se pararmos de fazer isso, e se não fizermos todas as outras coisas simples do amor, nos tornaremos como a maioria dos casais – que andam na mesma estrada, mas não caminham juntos.
Eu quero andar contigo, não apenas cruzar as avenidas que nos separam do resto do mundo. Somos o resto do mundo, consegue ver? Não há nada, absolutamente nada entre nós, além do amor que sentimos.
O tempo é amigo, mas também pode ser traiçoeiro. Se não segurar minha mão, vai acabar esquecendo como aperto seu último dedo enquanto me pede para caminhar mais rápido.
E se não tirar os fones de ouvido enquanto a gente anda, não vou mais reconhecer sua voz pedindo baixinho para que eu também não corra tanto. E as coisas vão ficando iguais, e os dias se repetirão insossos a ponto de nos deixarmos para lá antes mesmo de percebermos isso.
E a última coisa que desejo nessa vida é deixar a gente para lá, pois é quando estamos perto que o mundo gira. Sem você nada é como deveria, nem o sol, nem a lua, nem a música que escuto só para lembrar o seu sorriso.
Se não for assim, meu amor, prefiro que não seja de jeito algum. Não se preocupe se a grana não der para fazer aquela viagem ou se ainda não juntamos o suficiente para comprar o apartamento que tanto sonhamos. Também não tem problema se esperarmos um pouco mais pelo carro que planejamos.
Eu só quero segurar sua mão sempre que atravessarmos a rua.