Imagem de capa: Everett Collection, Shutterstock
O que faz de um homem apaixonado? Como reconhecer o amor nos olhos daquele que se diz másculo? Dizer “eu te amo” não é suficiente, porque vivemos em tempos de banalização da expressão. O garoto educado para ser alguém forte e decidido pode sofrer muitas vezes quando necessita expressar o seu carinho para com o outro. Sem generalizar todos os homens, claro, mas é perceptível essa cultura ainda hoje do homem ter o momento certo para amar. Cumprimentar o amigo com afeto vira motivo de piada. Dar beijo no rosto de outros familiares masculinos é motivo para opressão. E então, sortido pelo amor, o homem declina. Persegue a segurança sem fragilidade. Acaba sendo bruto com a mulher amada e outros do seu círculo. Mas todos sabem que o ser humano é capaz de amar. Então para que camuflar todo e qualquer tipo de manifestação dele?
O homem ama no cinema, na literatura e na música. Mas e na vida? Na vida ele apenas suspira esperando que o seu afeto seja compreendido sem nada ser dito. O silêncio até dá voz para o amor, mas quando acompanhado de gentilezas, bondades e carícias é tão real quanto. Esqueçamos de mensurar caminhos para o bem-dizer. E antes do pensamento preencher o coração com achismos, consideremos a oportunidade de transbordar certezas. Certezas ditas e gesticuladas pelo quê se ama e por quem se ama. A vida não é um jogo de espera, onde quem confessa os sentimentos por último vence. Levar o amor na ponta dos lábios, a partir disso, é abrir mão da escolha de ser feliz.
Então vá e ame. Não importa o dia, a hora ou o lugar. Expresse amor para o amor. Seja mulher, homem, amigo (a) e família. Essa masculinidade cobrada nem serve mais para preencher uma ficha burocrática. Sentir no amor não deve ter distinção. Os olhos brilharam e os sorrisos foram recíprocos? Então ame. Começar com um “Oi” pode representar tanto quanto um “Eu te amo”.