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Ela fechou os olhos e o mundo silenciou. Era como se por um segundo o vento tivesse parado de soprar, os pássaros descansado suas asas pairando no ar, como se as folhas do outono parassem de cair. Silêncio, ensurdecedor silêncio.
Dentro dela cabe um mar, uma galáxia, uma canção inteira. Dentro dela é casa de sentimentos bons, lugar pra fazer morada na beira da praia e só agradecer. Dentro dela um hiato permeia a paz e a loucura, ora ela é fogo, ora ela é brisa.
Ela é a imensidão, tem uma alma que passeia pelo zodíaco, e têm de todos os signos uma qualidade e um defeito, ela é a raça, é forte, se chora esconde, mas ri pro mundo ver. Ela é um grito na madrugada, é o sol nascendo.
Ela é mais do que se vê, quer sair de si e ganhar o mundo, é de ser, e quer ter aconchego pra ficar e liberdade pra voar, ela tem asas que custa esconder. Ela tem lábios aliciantes, venenosos que são só dela. Ela se pertence, se encontra, se basta, ela é de si, e só.