Amores líquidos evaporam

Imagem de capa: ARIMAG/shutterstock

Não tenho tempo para amores líquidos que escorrem pelos dedos, longe do coração. Amor é contato, proximidade. Mesmo que distante ele mantém ardendo dentro do peito a chama acesa pela reciprocidade, respeito e liberdade. A verdadeira essência do amor é sólida, nos fortalece. Amores líquidos evaporam e se desmancham pelo ar.

O amor é livre e quando deixa de ser laço para virar nó, não vale a pena, torna-se digno dela. A liberdade de escolher ficar mesmo com tantos outros caminhos disponíveis, é o que torna a escolha especial. Mas, especial mesmo, é o fato de que, na verdade, não escolhemos, mas somos escolhidos. Escolhemos amar, mas quem fará o nosso coração bater mais forte é um presente que o destino nos dá e não tem explicação.

Quando amamos alguém, amamos porque amamos e ponto. Por ser exatamente quem a pessoa é. Pelas lindas qualidades que elas possuem e também pelos defeitos que podemos suportar, alguns nem são tão defeituosos assim. Simplesmente amamos e não conseguimos expressar por palavras o que sentimos, pois nem tudo as palavras conseguem dizer e a gramática explicar.

A linguagem do amor também é dita no silêncio e em braile. Não porque não enxergamos, muito pelo contrário, porque os gestos também sabem dizer que amam. Um toque, um olhar ou um simples calar pode deixar no ar o que transborda no coração.

Certa vez, alguém muito especial me disse algumas coisas sobre o amor que ficaram gravadas no meu coração. O amor é incompreensivelmente óbvio. Sofisticadamente simples. Contraditoriamente lógico. Absurdamente sensato. Relativamente objetivo. Ferozmente sensível. Abstratamente absoluto. Bem ambíguo, às vezes, confuso. O amor é indecifrável, mas é a melhor coisa que podemos sentir…



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Paulistana, porém mineira de coração. Viciada em música e sorvete, adora filosofar no facebook e compor canções que guarda a sete chaves. Estudante de jornalismo , pretende construir um mundo mais bonito por meio de seus escritos. Acredita que a simplicidade é a chave que abre a porta da felicidade. Sempre usa reticências no final das frases porque sente que sempre há um pouco mais a se dizer...

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