Imagem de capa: Marina Fedosova, Shutterstock
Segunda-feira era de espera. Mal amanhecia e já se pensava no final daquela semana. Esperava o fim da aula, esperava o fim do trânsito, esperava o fim do tédio…
Segunda-feira era dia de acordar cedo, enrolar para sair da cama, ir para faculdade/trabalho, repetir metodicamente a rotina usual.
Segunda-feira era início de dieta. Começo de uma série de restrições alimentares e habituais.
Segunda-feira era odiada, desprezada com todo o poder. A agonia pré segunda-feira se iniciava já no fim do domingo, a ansiedade pelo momento menos desejado.
Segunda-feira era de depressão pós fim de semana, dia nostálgico em que se lembra da boa vida dos breves descansos.
Então ocorreu uma segunda-feira diferente.
Foi o resultado de um sábado à noite despretensioso, em que se conheceu alguém. Alguém tão inusual que faria mudar até a segunda-feira.
Segunda-feira agora é dia de esperar mensagem. É a hora de saber se aquele encontro também foi bom para o outro.
Segunda-feira é a continuação de uma noite de domingo. Uma noite mal dormida e bem aproveitada.
Segunda-feira é mal dormir, mal acordar, e querer se manter lá. Enrolar para sair da cama não por preguiça, mas por vontade de prolongar o abraço.
Segunda-feira é dia de amanhecer junto. Abraço em cima da cama, beijo embaixo do edredom, amor entre lençóis.
Segunda-feira é ir para a faculdade/trabalho, com sorriso no rosto e resquício de cansaço misturado com vigor.
Segunda-feira é dia de começo, e far-se-á tudo igual em todas as segundas-feiras seguintes, com o maior desejo do mundo…
…de toda segunda-feira ser igual.