O problema da expectativa é que ela nasce na gente, mas morre no outro

Imagem de capa: Aleksei Isachenko, Shutterstock

Ninguém lida bem com o fim do amor. Mesmo que você seja o supra-sumo do autocontrole, você acaba sofrendo. Seja por criar expectativas demais em relação à outra pessoa ou por matar um sonho dentro do peito.

A dor nos faz prometer que nunca mais iremos amar e que seguiremos à risca, o que a nova geração nos ensina: “aconteça o que acontecer, não se apegue!” Mas, como nem tudo acontece como planejamos, a vida sempre traz surpresas e, no amor, não seria diferente.

Todos nós já sofremos desilusões, aprendemos com elas e seguimos em frente. Somos a soma dos nossos aprendizados. O problema é que, enquanto alguns endurecem para o amor, outros morrem em nome dele. Há pessoas que não sabem viver um amor tranquilo. Acreditam que o amor precisa ser vivido em potência máxima e com a intensidade de um furacão.Criam expectativas no primeiro encontro e se recebem um convite para um jantar já é motivo suficiente para planejar a festa do casamento.

Criar expectativa é cruel. Tanto para quem sente, quanto para quem a recebe. Vamos a um exemplo clássico: não são raras as vezes em que encontramos pessoas bacanas, mas que deixam claro que não querem um relacionamento sério (o que, aliás é um direito delas). Mas, os passionais de plantão sempre acham que o outro irá mudar de opinião, da noite para o dia e, quando percebem que isso não irá acontecer, se frustram e começam a denegrir a imagem do outro, dizendo que ele não presta. Alto lá!

A pessoa é um excelente profissional, bom filho, paga seus impostos em dia, é gentil com todo mundo e não presta porque não quis um relacionamento sério? Pera aí! Ele deixou isso claro no começo. Quem gerou falsas expectativas foi você.

É preciso ser mais realista e viver o presente, para não corrermos o risco de desacreditar no amor porque nossas expectativas não foram correspondidas. Primeiro porque somos responsáveis por nossos atos e não pelos dos outros. Entenda que as pessoas agem conforme suas próprias vontades e não conforme queremos. Segundo porque amor é um sentimento muito sério para ser sentido no primeiro encontro. Amor é sentimento sagrado e precisa de tempo para ser consolidado.

Esqueça essa história de que “só o amor basta”. Não basta não! Amor “água com açúcar” foi feito para o cinema. Na vida real amor inclui divergências, cumplicidade, rotina, admiração e respeito. Amor real passa pelo tédio, sofre influência familiar e tem rotina sim! Nenhum relacionamento está imune a discussões e isso faz parte da união.

A mãe dele irá implicar com você em algum momento, os amigos irão dizer que você é ciumenta, o pai dela irá te odiar e o irmão dela irá te ameaçar de morte até vocês ficarem amigos e assistirem futebol juntos. Normal! Com o tempo, tudo isso acaba e as duas famílias viram uma (ou não, mas tudo bem). O importante é não deixar o amor morrer pela idealização de algo que não existe.

Expectativas intoxicam a alma de angústia e ansiedade e nos fazem prisioneiros dos próprios sonhos. Liberte-se e entenda que a vida não costuma seguir regras para cumprir o destino e, quer saber, ainda bem! O amor costuma caminhar no sentido oposto das expectativas para provar a você que nem tudo está sob seu controle.

Não crie expectativas, crie força. É melhor estar
seguro de si, do que ferido de frustrações.



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