Imagem de capa: Voyagerix, Shutterstock
Visto que cada pessoa é um mundo, cada um de nós deve descobrir o que é que nos impulsiona a sermos fortes na vida e aquilo que nos anima a suportar e poder com tudo.
Frequentemente costuma-se dizer que uma pessoa não nasce de verdade até que a vida lhe dê um golpe. Até que ela aprenda a ser forte.
As adversidades são fontes poderosas de aprendizagem. Porém, precisamos saber também que a felicidade e as épocas de bem-estar são etapas onde ampliamos conhecimentos.
Períodos nos quais descobrimos na realidade aquilo que nos identifica e pelo que vale a pena lutar.
Porém, algo que fica claro é que cada pessoa carrega um mapa de vivências. Com uma mochila própria que ninguém vê, mas que está aí.
Cheia de momentos escuros, de luzes, de lágrimas e de um equipamento para levar para sempre nas costas.
O que nos fez fortes, nos fez sábios. Ainda que saibamos que essa sabedoria veio, em ocasiões, da mão da dor.
A seguir, propomos refletir sobre isso.
Você nasceu para ser forte: descubra por quê
É possível que muitos não acreditem nisso. Porém, o ser humano é muito mais forte do que parece.
Isso é assim por uma razão muito simples: nosso cérebro está programado para sobreviver, nosso código genético nos pré-dispõe a aprender da adversidade.
Isso nos explica, de algum modo, porque nos custa tanto “ser felizes”. Para o nosso cérebro não é muito útil a idade da felicidade, apesar de ser o estado ideal que todos sonham em alcançar.
A chave para sobreviver está em sermos capazes de reagir frente ao perigo, à ameaça ou à perda.
A felicidade só é alcançada quando somos capazes de vencer a tormenta. O ser humano avançou ao longo de toda a sua história derrubando obstáculos e dificuldades. Este é, em essência, o aprendizado que conta e que nos permite tocar o bem-estar autêntico.
Nascemos sendo mais fortes do que pensamos, porém, muitas vezes não somos conscientes disso.
Sua história pessoal: a marca de uma infância traumática
Atrás de cada pessoa sempre costuma ter um ou dois fatos dramáticos. Uma perda, um fracasso emocional, um desengano, uma vulnerabilidade que cada pessoa esconde…
– Algo que não podemos nos esquecer é que, caso experimentemos algum destes fatos na infância, o trauma nos acompanhará para sempre. A dor não é esquecida, mas aprendemos a viver com ela.
– Uma criança não dispõe de recursos psicológicos para enfrentar a adversidade. Algo assim tem sérias implicações em seu desenvolvimento posterior e nas características de sua personalidade.
– Porém, como nos explica o neurologista e psiquiatra Boris Cyrulnik, uma infância traumática não implica em viver uma vida madura traumática. Temos que ser capazes de enfrentar esses fatos, e podemos conseguir.
– Podemos nos recuperar. Sempre que essa criança contar com um apoio posterior e com ajuda, conseguirá se somar ao mundo de novo, com aplumo e confiança.
Todos merecemos ser amados, todos merecemos ser felizes de novo.
A resiliência e a força que há em você
Não podemos esquecer que a palavra “resiliência” provém da física. Define aos materiais que, quando sofrem um efeito destrutor ou são modificados, são capazes de recuperar sua forma original.
Agora, no âmbito da psicologia isso não funciona da mesma forma. Quando as pessoas sofrem um impacto pessoal, não voltam a ser as mesmas.
– Agora, “não ser o mesmo” não quer dizer que nos transformamos em alguém que já não é apto para a felicidade, para o equilíbrio. Alguém diferente também é uma pessoa mais forte.
– Este processo se chama, efetivamente, resiliência. Nosso cérebro, tal e como indicamos no início, “está programado” para enfrentar adversidades.
Ele quer que progridamos, que sobrevivamos, que aprendamos do medo e da dificuldade para seguir adiante.
Por que às vezes não conseguimos? Pode ser por causa destas três razões:
– Nossa educação e nossa genética;
– O contexto social que nos envolve;
– Não dispor das estratégias psicológicas adequadas.
A resiliência se aprende
Há quem, efetivamente, sabe como enfrentar os golpes da vida. Talvez sua mãe lhe tenha servido de modelo. Pode ser que inclusive saiba focar as coisas com mais serenidade, de forma natural.
Porém, é preciso ter claro: a resiliência pode ser treinada.
Para alcançar isso, oferecemos três verbalizações que podemos fazer no dia a dia e que, sem dúvidas, podem nos ajudar:
– Eu tenho a capacidade de enfrentar as dificuldades. Disponho de valores, de normas de conduta, de autoestima e pessoas que me amam.
– Eu sou uma pessoa que acredita na esperança e que tem fé em si mesma.
– Eu posso resolver problemas, me comunicar, me defender, ter boas relações e lutar por minha felicidade.
São três estratégias simples que podem ir “modelando” nosso cérebro para nos conferir força, coragem e um pilar indispensável que nos ajudará a caminhar pela vida: a resiliência.
Fonte indicada: Melhor com Saúde