Imagem de capa: Ase, Shutterstock
nada que os olhos veem realmente existe.
somos projeções cósmicas em realidades transcendentais e achamos estarmos presos nas caixinhas do corpo,
sendo que quem limita na verdade não é a carne, mas sim o olhar.
a certeza vem direto do Olho-que-tudo-vê e,
mesmo sem verdade, a gente enxerga e pior ainda que isso,
ainda que com suspiro,
estamos sempre sendo observados.
o universo é tudo-menos-uni e estamos conectados por redes de galácticas e cósmicas energias que ligam tudo a todos sem conseguir se saber o por quê.
Não
tem
por quê.
Existimos dentro da mente de uma Deusa e de lá ressoamos em contato com outras civilizações.
daí que os olhos enganam achando que cada encaixe não é nada além de holograma fundido em massa.
os pensamentos sao um turbilhão assim como o barulho das águas passando por dentre as pedras num rio, estando no meio delas fica mais fácil pensar porque o som abafa o som do dentro, sempre a lapidar as coisas brutas quase-que-inatas que existem em nós.
é só sentar na pedra pra então ver a raposa correndo contra a sua direção,
a mente como um canal para outras concretudes abstralizadas que desconhecemos.
eu olho a pedra e ela parece existir.
eu toco a pedra e ela passa a existir.
eu fecho os olhos e imagino a pedra, e eis que só então ela passa realmente a ser de fato, na sua existência de estar,
bem longe daquilo que meu olho ilude ver pra fugir dela, tão temida:
a morte.
ressoa em mim, tão forte.
morte,
que nada passa de um alívio não-consentido de todos nossos afazeres diários.
acabam as contas, as preocupações, as gaiolas onde o coração chora.
o vento vem dizer isso todos os dias e só resta sabermos lembrar sempre que
a natureza é um contato extremo com o dentro da gente –
o lugar de onde viemos,
pra onde vamos e de onde,
na verdade,
jamais saímos.