Imagem de capa: Bobex-73, Shutterstock
Não permita que a gente se perca no marasmo da rotina, no convívio de todo dia. Não deixe que minha cara amassada te impeça de brincar, de sorrir e de incomodar, ainda que isso me arranque uma boa dose de mau humor antes da risada histérica, da gargalhada boa. Me faz sentir dor na barriga de tanto rir, brinque de me sufocar, de guerra de travesseiro, me descabele e me aninhe com força. Me prenda nos teus braços e, por mais que eu lute pra sair, não me deixe ir. Segura. Aperta. Queira perto. Queira mais perto. Queira dentro. Me esconde do mundo no teu peito, sussurra palavras no meu cabelo que deixem meu ego no céu, ainda que por segundos, para que eu suporte o mundo, a rotina, a cobrança da vida. Faça-me acreditar que sou tão boa quanto tu diz que sou, que eu sou capaz de abraçar o mundo e ser gigante nesse mar de gente. E quando eu tiver triste, volta a bagunçar meus cabelos, volta a brincar de me irritar até que a irritação vá embora pela janela e a gente fique a se amar, esperando a preguiça impregnar nas madrugadas de domingo. E recomeçamos.