A moça que achava ser feliz por ter um “marido adestrado”

Imagem de capa: Rocketclips, Inc., Shutterstock

Quem mora em cidades grandes sabe o que é ficar paralisado no meio de um congestionamento. Eu, como tenho essa cidade maluca que é São Paulo, como lar – cidade que eu amo, inclusive! -, vira e mexe pego um engarrafamento pelo caminho.

Nestes casos, ou você arranja um jeito de desencanar do dito cujo, ou pira, literalmente! Uma boa playlist pode ajudar muito, ou um audiobook, ou mesmo, o bom e velho rádio.

Adoro ouvir rádio no carro. Vou variando entre algumas emissoras de música, notícias e trânsito!

Confesso que muitas vezes canto alto, outras tantas falo sozinha, outras muitas tantas dou risada das coisas que ouço e – é claro! -, não faltam momentos em que fico absolutamente indignada com as notícias que chegam.

Outro dia, ouvia eu uma reportagem sobre o comportamento de homens e mulheres nos relacionamentos. Dizia a entrevistada que homens e mulheres têm formas diferentes de se comportar, principalmente no que se refere a expressar afeto.

Lá pelas tantas, foram sendo incluídos comentários de ouvintes acerca do assunto. Foi então que eu fiquei completamente estarrecida por um depoimento que ouvi. Uma moça, de 32 anos, um ano e meio de casamento dava dicas de como havia feito para “treinar o marido”.

Preciso confessar (mais uma vez!), que eu nunca havia pensado em maridos como “seres treináveis”. Na minha incauta cabecinha treina-se cães, cavalos, já vi até boi treinado… Mas marido?!

Fiquei com muita pena da moça que afirmava que depois de três anos de namoro, mais três de casados o tal “marido adestrado” havia aprendido a lembrar das datas importantes, havia aprendido a comprar flores, e – pasmem! –, havia aprendido a levá-la para passear.

Puxa vida! Eu não sou nenhuma especialista em aconselhamento matrimonial. Aliás, acredito sinceramente que essa história de conselho para melhorar a relação é uma coisa bem esquisita.

Penso que, a relação entre duas pessoas é para ser experimentada a quatro mãos, duas almas dispostas e muitos ensaios e erros. É música que se toca de ouvido, por puro prazer. É salada de frutas que a gente vai aprendendo a combinar.

É claro que a vida não é cor de rosa! É claro que há de haver turbulências! É claro que leva tempo para um casal ir encontrando seus próprios jeitos de lidar com as delícias e também com os azedumes um do outro.

O que eu acho – acho não, tenho certeza! – é que se você precisar treinar o outro para que esse outro caiba nos seus sonhos de felicidade, talvez seja mesmo melhor adotar um cachorro.



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"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

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