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Vivemos em tempos que os ditos sentimentais, honestos e intensos são chamados de trouxas. Não poderíamos estar mais enganados. O verdadeiro trouxa não saber dizer a verdade, não sabe ser carinhoso, empático e gentil. Trouxa é quem insiste em dar uma de esperto para cima nós, sinceros de coração.
É cada vez mais comum ver essa onda crescente de piadas sobre trouxices. O amor que deu cano é o principal deles. Por quê? Desde quando ser carregado de bons sentimentos, significa estarmos dando um passo para trás no quesito esperteza? Quando foi que trocamos valores sólidos por essa concorrência efêmera do quanto menos sinto, mais ganho? Alguns adoram bater no peito com orgulho para gabarem-se por terem se livrado de uma furada amorosa. Mas a troco do quê? Metades, inverdades e um leve toque do fingir ser quem não é. Isso não é ser esperto, mas trouxa do mais alto finesse.
Quem diria que um dia estaríamos aqui, pontuando os descaminhos dos nossos corações, e com tantos distanciamentos e friezas? Não, não podemos permitir isso. Não somos trouxas e os que tiverem a certeza do contrário, um até logo estampado na ponta dos lábios.
Gostamos da simplicidade. Somos inteiros e tratamos com verdades os possíveis desdobramentos de vindouros relacionamentos. Não medimos importâncias sobre como devemos nos comportar porque, sem nenhum medo de transbordarmos felicidades, entendemos que o melhor é enfrentar as consequências de um mundo despreparado para os sentimentais do que continuarmos vivendo nessa leva dos espertinhos e mentirosos. Os verdadeiros trouxas, lembrem-se.