Como sobreviver aos dias escuros, os dias em que só há penas

Imagem de capa: Bogdan Sonjachnyj, Shutterstock

Não há que temer os dias escuros. Devemos aproveitá-los, porque nos ajudam a recomeçar e são os que nos indicam que também haverá dias claros.

Todos passamos por esses dias escuros nos quais nada sai como o planejado. Nos quais as penas pesam, a amargura nos funde e os pensamentos se tornam nublados.

Pode parecer estranho mas, na realidade, não só está bem tê-los, como também é até adequado passar por eles.

A razão é simples: nos servem de reinicio. É como abraçar nossos demônios por um momento, conhecê-los cara a cara para, em seguida, voltarmos a levantar.

Porém, todos estes processos devem ser pontuais no tempo. Momentos nos quais entrar para logo sair. Porque os dias escuros não devem se transformar em semanas e nem meses escuros.

Ao mal-estar, ao desânimo, à raiva, à frustração ou à decepção é possível vencer. Para conseguir isso devemos usar os mecanismos internos adequados. A seguir, explicaremos melhor.

Os dias escuros, parênteses existenciais

As pessoas costumam defender muito bem seus espaços privados. Vestem armaduras grossas e, em ocasiões, até habitam por detrás de máscaras alegria fingida, com as quais se mantêm superficiais na maioria do tempo.

De algum modo, todos aprenderam que os dias escuros não existem. Que, ao experimentá-los, é melhor se esconder, fingir e continuar como se nada tivesse acontecido.

De fato, até é comum não ter tempo para isso.

“Como vou me permitir um parêntese para entender o que está acontecendo? Com tudo o que tenho que fazer!”

Se minha cabeça dói tomo uma aspirina, se estou cansado me sento…. Porém, o que fazemos quando as penas, o desânimo e a tristeza nos prendem?

– Ninguém nos ensinou a canalizar estas emoções. Por isso, antes de enfrentá-las, costumamos passar uma época em que, simplesmente, será mais fácil agir como se nada tivesse acontecido.

Porém, é preciso ter isso claro. O que dói, permanece. O que não é enfrentado deixa marcas. Mais ainda: o que não é resolvido persiste até adoecermos física e emocionalmente.

A importância de chorar quando precisamos

Se nossa biologia nos deu esta capacidade, foi por uma razão muito concreta. Chorar é um mecanismo fisiológico que serve como catarse emocional.

– É um canal de desafogo para as nossas emoções.

– Este comportamento caracteriza, antes de tudo, ao ser humano (atualmente ainda não existem conclusões claras sobre se animais, como os elefantes, também o fazem).

– O choro é a forma mais saudável de aliviar tensões, de nos oxigenar e de permitir que nosso cérebro veja as coisas com mais clareza.

– O que um bom choro não alivia, nada mais pode fazer.

Caso o reprimamos, a tensão emocional se acumula e se somatiza. Ou seja, o mal-estar termina se transformando em dores de cabeça, cansaço, mais mal-estar…

A importância de parar quando for preciso

Nos determos quando estamos conscientes de que um desses dias escuros chega não implica necessariamente em nos afastarmos de tudo e de todos.

Os dias escuros precisam, antes de tudo, que “paremos” e tomemos consciência.

– Precisamos fazer uma viagem interior delicada para nos afundarmos em nossas escuridões. Saber o que nos dói, o que nos incomoda, o que nos preocupa, o que nos bloqueia.

– Tomar consciência é desembaraçar nosso “eu” para expor à luz nossas fragilidades e consertá-las. Porque, na realidade, quanto mais grossa é nossa armadura, mais frágil é o ser que habita dentro dela.

Todos precisamos abraçar esses demônios para dominá-los, para torná-los pequenos e controlá-los.

Sem medo de dizer o que precisa

Não é preciso ter medo de verbalizar as próprias necessidades. De fato, algo tão simples quanto aprender a ser assertivo nos ajudará a conhecer muito melhor às pessoas e suas reações.

Assim, não tenha medo de dizer que precisa de algumas horas só para você. Para pensar, passear, para estar com seus pensamentos e, simplesmente, se desafogar.

– Ainda, também não deve entrar em problemas para pedir ajuda. Os dias escuros podem se tornar cinza claro, até azuis, apenas por compartilhar seus pensamentos com um amigo tomando um bom café.

– Os dias escuros são como tormentas pontuais que é preciso deixar que explodam. É necessário vivê-las para desfrutar depois desse vento refrescante, dessa atmosfera mais pura onde toda a tensão ficou evaporada.

Dimensões como tomar consciência das próprias necessidades, o desafogo emocional e o apoio de um ente querido podem ser vitais para enfrentar estas situações.

Fonte indicada: Melhor com Saúde



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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