Imagem de capa: We.photography, Shutterstock
Como é difícil aceitar a partida de alguém que se ama. Por um momento ficamos pensando em tudo o que vivemos e tudo o que ainda poderíamos ter vivido e descoberto ao lado da pessoa que se foi. Pensamos em cada momento que passamos ao lado da pessoa amada e o quanto a partida pode ser algo difícil e até mesmo devastador em alguns casos.
Mas o que às vezes deixamos de pensar é o que motivou a partida dessa pessoa. O que fez com que esse alguém decidisse que a partir de agora seguiria sozinho o restante da sua caminhada. O que essa pessoa deseja para sua vida, por qual caminho que ela ira seguir a partir de agora? O que sobrou dessa relação vivida?
Sem dúvida dizer adeus é mais difícil do que se possa parecer. Não aprendemos isso em lugar algum. A despedida é sempre muito dolorosa, mas pedir para que o outro fique é uma atitude egoísta e insensata muita das vezes. Querer consigo a presença do outro para preencher aquele vazio no peito ou aquela carência de sábado a noite pode ser ainda pior.
As vezes ficar é pior que partir. Ainda mais quando se fica apenas de corpo e não mais de alma, o amor se vai e permanecem com o corpo as angústias os medos, as inseguranças, as sombras de um passado que não pode ser apagado.
Ficar requer coragem. Requer coragem, requer força. Ficar também pode ser parte de um processo doloroso de aceitação e compreensão daquilo que você é de fato e o que e quanto o outro representa dentro da tua história. Ficar requer sabedoria, requer paciência com o outro. Ficar é pensar muito mais além do que o amanhã.
Por isso muitas vezes é mais fácil ir. Sair sem olhar pra trás. Sem deixar rastros, esconder os sentimentos, apagar as memórias e se deixar ser levado pela condição mais fácil. Deixar tudo pra trás e se libertar de vez da dificuldade de conviver com esse reflexo do passado no presente que quase não se pode distinguir.
Às vezes precisamos nos libertar desse egoísmo e deixar que o outro vá embora e encontre um novo caminho pra viver. Precisamos aceitar que o outro deve poder voar para bem longe, onde talvez nós nunca tenhamos imaginado antes. E por mais que pareça ser difícil, aceitar que deixar o outro ir embora também é uma prova de amor verdadeiro.