Soube por ai que você se apaixonou por uma dessas garotas que parecem sair de um desfile da Victoria’s Secret, que agora você frequenta lugares diferentes, que faz serenatas nas sextas à noite, que hoje, você se entrega por inteiro, que noivou faz alguns meses, que agora tem um emprego, e faz juras de amor com promessas de beijos infinitos.
Soube por ai que você anda feliz, que encontrou as borboletas no estômago, que o amor pousou seu espetáculo magnífico em tuas retinas sublimes, que teu coração hoje acelera em ritmo de escola de samba quando a ver. E finalmente os castanhos dos teus olhos, viram nela, o colorido da vida.
E no fundo-no-fundo, eu fico feliz por tua felicidade ao lado dela. Houve noites que eu não conseguir dormir ao imaginar vocês dois dividindo a mesma cama que costumávamos fazer promessas amorosas. Houve dias, que tive inveja de como você era feliz sem meu riso ao teu lado. Mas eu juro, eu amadureci, e hoje eu fico feliz por ver que você encontrou um colo pra repousar teu peito albergue que costuma abrigar algumas garotas em dias de chuva.
Eu jamais conseguiria roubar aquele teu sorriso-bobo que ela arrancou dos teus lábios no ponto de ônibus. Sim, vez em quando eu te vejo no ponto de ônibus, em bares lotados, na lanchonete da rua principal, ou em esquinas esquecidas – onde precisa se perder um pouco, para poder se encontrar.
Só queria saber como você fez para me esquecer tão rápido assim?
Qual a receita pra isso?
Quantas pílulas por dia?
Quantas doses do Chico Buarque?
Quantos textos do Gabito?
Ler Fabíola Simões ajuda?
Quantas tentativas de sorrisos falsos até alcançar os verdadeiros?
Eu quis tanto tuas ligações após telefonemas desligados. Eu quis tanto teus abraços após despedidas na porta da tua casa. Eu quis tanto repousar meu peito em tua retina azul-céu-relento. Mas soube por ai, que teu peito-albergue ainda abriga algumas garotas romanticamente burras, e eu não podia te esperar pra sempre garoto.