Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua
Ele chega para todo mundo. Por mais que você fuja, evite ou faça simpatias, em algum momento acontece. De repente, como quem não quer nada, a paixão chega de mansinho e invade o pequeno espaço do seu coração. Você se percebe assim, perdidamente apaixonada, emocionalmente afetada e racionalmente abalada. Não há razão que resista a um coração contaminado pelo vírus da paixão.
Eu sei, você tentou. Tentou evitar as mensagens depois do primeiro encontro. Tentou não demonstrar tanto carinho, enquanto passava levemente os dedos pelo cabelo dele. Evitou os olhares intensos e silenciosos depois de uma noite juntos. Fez questão de afirmar para os amigos que era só mais um “peguete”, sem qualquer vínculo ou compromisso. Bem, no início, poderia até ser, mas fugiu do seu controle, não é mesmo?
Pois é, a paixão vem para bagunçar. Parece ser essa a função dela. Destruir rotinas, calendários e programações. Paixão definitivamente não combina com controle. E, de fato, não seria tão intensa se combinasse. Não haveria graça se ela não nos tirasse o chão, nos bagunçasse o cabelo e nos fizesse sonhar feito criança. Parece clichê ou frase feita de comercial de margarina, no entanto, todo apaixonado sabe que é impossível separar paixão de clichê. Apaixonados se expõem ao ridículo, constantemente, com o único objetivo de alimentar o coração.
E, na real, quem se importa? A razão não tem peso algum quando é o sentido da paixão que grita. Você fica corajoso, arrisca, enlouquece. Sai do controle e, por muitas vezes, age como jamais agiria estando fora da situação. Ficam claras as reações estranhas dos seus amigos e familiares. Ninguém entende o que está havendo. Afinal, para eles, você é apenas mais um bobo apaixonado. Até que sejam eles a ocupar a mesma posição daqui a algum tempo.
Ninguém está livre. Cedo ou tarde, ela chega. Algumas vezes, para ficar, transformando-se em uma belíssima história de amor. A paixão é sensata. Ela só fica enquanto houver sentimento e disposição. Não se alimenta de fragmentos e muito menos de superficialidades. Quando chega a sua hora de partir, ela deixa em seu lugar sentimentos substitutos. Aos apaixonados, restam a vontade e a ação para que, após a partida da paixão, o amor ocupe o seu lugar. Que o ódio e a indiferença sejam apenas possibilidades, que no seu caso, não terão espaço para ocupar. Por aí, só o amor prevalece.
Fonte indicada: Sem Travas na Língua