Quando alguém pergunta qual é a maior perfeição do universo, confesso que logo penso em você. Não só pelos olhos verdes que mais parecem pequenos pedaços de sonhos, nem mesmo pela boca cheia de fragmentos sobre a vida e a fantástica fábrica de chocolate – seu filme preferido.
Você tem uma beleza quase voraz quando sofre com as mazelas do mundo. E as lágrimas escorrem pelo rosto, enquanto você garante para mim (e para você) que tudo vai melhorar. É bela no choro, mas não mais do que no riso. É por inteira pecado, mas por dentro é paraíso.
E gostar de você acaba sendo quase uma missão de vida. E admirar você virou minha função preferida. Dos cabelos aos pés: você é linda. Olho para o lado e percebo que as flores concordam comigo e a cada passo seu: o jardim ganha brilho.
E esse cheiro que sai de você quando levanta combina perfeitamente com o ar que respiro. E esses olhos que controlam tudo em volta e como você finge que não tem nada a ver comigo. E reclama que eu não lembro a cor da sua blusa no dia em que nos conhecemos. E de como não sei dizer o que mais gosto em você quando propõe aquele jogo maluco que você adora.
Adoro quando me testa como se eu não entendesse a brincadeira. E como fica brava quando saio de fininho naquelas horas derradeiras. E briga porque olhei para o lado, e briga quando faz presente o passado, e reclama sem parar quando eu não ligo para nada disso – e ainda insisto que estamos perdendo tempo.
E você se perdoa pelo descontrole e assume que “ser” humano é isso mesmo. E a gente ri sem parar no chão da sala até que um beijo nos cala, nos prepara, nos imuniza de todo e qualquer som. E a única melodia que escuto é o suspiro profundo quem vem de você, seguido de um abraço que enlaça e me laça pela noite inteira. E as estrelas se apagam para que você adormeça. E dou rasteira na lua em troca da nossa escuridão, pois é no escuro que o nosso corpo festeja.
E a gente vai levando – sem trancos e sem barrancos -, só com o balanço do nosso mar de afeto. E o apreço que sinto por você, e o carinho que dedicas a mim e tudo isso junto é o que nos faz sem fim. Eternos diante da promessa de nos fazermos felizes.
É que você encaixa em meu peito como aquela peça perdida do quebra-cabeça. E monta seu castelo no meu coração. E me coloca como rei dessa imensidão aí de dentro. E eu simplesmente aceito o emprego com gratidão.
E faço valer minha tarefa de lhe pertencer. E só me desfaço em pedaços sem medo porque é em seus braços que me faço inteiro.