Ela foi inteira, intensa, imensa. Mergulhou de cabeça mesmo sem saber nadar. E a consequência? A mais óbvia. Ela se afogou e ele nem tentou salvá-la. Ele, a causa da tragédia, um dia foi seu porto seguro. Já fez a respiração dela parar e perder os sentidos dentro de um abraço, porém, agora, o faz no mar da ilusão, onde ele a deixou. Ela até tentou aprender nadar, mas estava remando contra a correnteza da frieza dele, que a congelou e, então, ela não conseguiu sair do lugar diante de tanta indiferença. Enquanto tudo acontecia, ela se lembrava de tudo como um filme em sua mente. Como pode a mais linda primavera se transformar de repente neste interminável inverno, matando todas as rosas que plantaram na alma um do outro? Será que se encantaram com o perfume e a beleza delas e não suportaram aos espinhos? O que houve com as certezas que eles tinham? Por que ELES, não existiam mais? Tudo isso ela se perguntava, enquanto seu corpo começava a afundar no mar da desilusão. Foi quando percebeu que ela foi tão inteira, intensa e imensa que não cabia dentro dele. Ela pensou que era o fim e que morreria no mar, mas descobriu que lá era o seu lugar. Na verdade, ele teve medo de mergulhar no oceano que era ela…
Imagem de capa: AnastasiaNess, Shutterstock
Amei o teu texto, muito querida Raquel.Sem palavras para descrever, não sou muito boa com elas. Obrigada
Obrigada, Mirian! Senti o carinho expresso nas suas palavras!!!
Perfeito! Não existe outra palavra pra descrever, apenas perfeito!
Obrigada, Bruna! 🙂
Que lindo, pura poesia!