A vida é breve. O amor, não.

Já escrevi uma porção de vezes sobre a importância do agora, até mesmo para que eu não esqueça de viver no hoje. O fato é que a gente só se dá conta da brevidade da vida quando muitas delas são tiradas de repente, como um sopro de Deus.

E nosso corpo se curva diante do “já” na certeza de que a qualquer momento o “amanhã” não vem. E é assim para todo mundo, não tem jeito. Nascemos, vivemos e morremos. O que vem depois é outra história, – uma história que, aliás, acredito muito que continue.

Se nascemos, vivemos e morremos, – e essa é a única certeza que temos, fica claro que o “vivemos” é o que define o lance todo. O meio do caminho ou o caminho do meio, como você achar mais bonito.

O “vivemos” é justamente aquilo que fazemos dos nossos “agoras”. Muito embora tenhamos na bagagem diversas lembranças do passado, – e isso faz parte do que nós somos, não é possível viver delas. Menos ainda do que não veio, ou seja, das expectativas para o futuro. Que futuro? O futuro já está acontecendo, entende?

O sopro de Deus tem lá suas razões e, ainda que a dor seja afiada, precisamos confiar que tudo tem um propósito para os que vão e para os que ficam. Nossa vida é um barquinho em alto mar, já fiz um texto sobre isso. A embarcação segue o seu rumo em direção a todos os destinos que temos. Também somos feitos de destinos, muitos, diversos, inúmeros.

Mudamos a rota, perdemos marujos e comandantes, e também ganhamos novos parceiros, novos remos, novas possibilidades todos os dias. Precisamos estar de olhos abertos para enxergar o que nos chama e para nos despedirmos do que precisa ir embora. Viver é a única garantia que temos e se nem isso fizermos, de que vale por o barco no mar? Olhe para o lado, para os dois lados, e veja quem são seus companheiros de estrada, quais os parceiros que a vida te deu e de que forma você tem os tratado?

O que é possível para oferecer mais abraços? Mais beijos? Mais cafés? Mais encontros? O que falta para que a cada partida, ainda que doa fundo, tenhamos a certeza de que amamos com toda força do nosso coração? Talvez essas respostas não sejam tão óbvias. Porém, a possibilidade de fazer mais e melhor nos é dada todos os dias. Se não temos o poder de evitar os sopros de Deus, o que devemos fazer?

Amar, só isso. O amor é a coisa mais importante do mundo e é nosso superpoder, não custa nada, não tem prazo de validade, nem de vencimento e pode ficar maior a cada dia. Para isso, e é só isso, basta entender que a brevidade da vida acontece para que possamos compreender a importância de amar.

Vamos amar infinito, bonito, direitinho. Vamos encher o outro de tudo isso e colocá-lo em nossos braços como se fosse o último abraço. Talvez seja. Talvez nem perto do fim esteja. Quem vai saber?

“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, disse Renato. A vida é breve, mas não precisa ser curta. Porque o tempo, enquanto espaço entre um abraço e outro, só serve para nos intimidar. A vida é breve, mas pode ser incrível. A vida é breve, mas deve ser vivida como se fosse comprida, imensa, para sempre. Amar é o que devemos fazer.

Porque a vida é breve, mas o amor…

O amor é infinito.​



LIVRO NOVO



Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.

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