Um dia você acorda e toda a dor não está mais ali, você seguiu em frente, ainda que esse em frente não seja uma direção muito definida. É um passo e tanto!
Seu coração, no fim das contas, não sucumbiu àquele ferimento que o dilacerou.
Suas preces foram ouvidas e sua esperança o manteve forte para se levantar, avaliar os danos e recomeçar.
Existe um vazio persistente, mas a tristeza já não o preenche e a saudade não mais ecoa.
Você deu conta. Agora tudo faz sentido e o mundo já não parece tão ingrato.
É como se você tivesse voltado a ser criança aprendendo a andar. No início tropeça, é preferível arrastar, até que chega uma hora que não dá mais: é preciso sair do lugar.
Ande! Vá em frente! Quando um amor acaba e você é obrigado a ir embora, é porque tem outro te esperando para começar. Deixe-se doer, deixe-se transbordar de tanto chorar. Pode até fazer cena (o amor é brega mesmo) como ligar no meio da noite pedindo para ele voltar. A única coisa que não é permitida é pensar que não vale mais a pena amar.
Que essa coisa de ter alguém não é para você. Porque é. Estamos destinados à felicidade compartilhada e não pode haver queda que nos faça desistir de caminhar em sua direção.