Eu, eu mesma…

Tenho andando solitária nestes últimos tempos. Não por falta de amigos, de família ou amantes, mas por precisar estar só comigo mesma.

Tenho descoberto como a solidão pode ser maravilhosa quando a gente se abre para a possibilidade de nos conhecer mais profundamente.

Um sábado à noite em casa, sozinha, já não é mais assustador e sim uma opção segura de quem não tem pressa alguma na vida.

Tenho preenchido a minhas horas com livros, filmes, séries, comidinhas saborosas, balanços na rede, passeios na praça e até com vários nadas largada no sofá.

Tenho seguido em direção à uma leveza e serenidade que eu nem sabia que existiam.

Tenho descoberto que sou minha melhor amiga, minha namorada mais apaixonada, minha companhia mais perfeita. Estar só é, na melhor das hipóteses, estar com você o tempo todo. Há que se descobrir como apreciar essa presença para tornar a própria existência, no mínimo, interessante.

Quantas pessoas no mundo estão, nesse momento, cercadas de pessoas, comprometidas, apenas para não se sentirem vazias e não encararem a si mesmas?

Eu tenho orgulho de dizer que eu me encaro, me odeio, às vezes, e me amo sempre.

Tenho para mim que é assim que ficamos prontos para a vida, para as relações e para alguém.

Então, que eu seja inteira, que eu seja eu, para, então, poder ser nós.



LIVRO NOVO



Redatora publicitária. Ama Clarice Lispector, filmes e séries (em um relacionamento sério com Netflix), músicas tristes, cachoeira, mar, chocolate, bolo, macarrão, livros, animais e, em especial, o Nino (um vira-lata).

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