“Você é incrível, mas…”, “Eu acho que estamos indo rápido demais”, “Não quero me comprometer com ninguém”, “Não sei muito bem o que quero da vida agora”. Eu juro que se algum dia essas frases começaram a valer dinheiro quero meu retroativo por todas as vezes que as escutei.
Modéstia a parte, eu realmente sou incrível. Incrivelmente paciente para não meter a mão na cara de cada um de vocês que acham que podem se envolver, cativar e depois largar como se nada acontecesse depois disso, mas tudo bem, eu sei como é perder o tesão por algo, simplesmente não querer mais. Eu, como todas as vezes, entendo. Eu sempre entendo e agora chegou a vez de vocês tentarem me entender.
Eu só estava vivendo, dia após dia, tranquilamente. Quando dizia coisas loucas e profundas sobre ir a shows com você, de viajar pela Europa quando nos formássemos na faculdade foi porque era espontâneo e não querendo impor que ficaríamos juntos até o fim da faculdade. O momento pediu aquelas promessas pra mim, o momento insinuava um período longo do “nós” que estava surgindo.
Quando escrevi o primeiro texto sobre nós, ou sobre você e todos os seus detalhes incríveis, era o momento pedindo. Era como se meu peito gritasse: “tira isso daqui para dar espaço pro futuro?” e foi bom que tinha bastante pra todo o sofrimento que veio em seguida. E o texto depois do “Você é um cara incrível, mas…” me machucou pra caralho enquanto eu escrevia. Eu não queria estar escrevendo aquilo, não queria ser obrigado a mandar aqueles sentimentos embora, não queria eles no meu peito, para começo de conversa, mas isso não estava em minhas mãos, não é?
Está dito, o meu lado da história, o lado que não mostrei porque estava ocupado demais entendendo o seu. Se você sentir culpa, ótimo. Se você não sentir nada, já esperava isso. Se você pensar e vir falar comigo depois de ler isso, repense e não faça.
Minha vida está nova, ou pelo menos começando a se renovar. Esse é o último sobre narradores das frases lá do começo, vou seguir outros caminhos. Cansei de entender o lado dos outros. Quero saber dos meus lados, meus em cimas e embaixos e acima de tudo do meu em frente.