Muitos de vocês já assistiram ao filme “Noiva em fuga”, com Julia Roberts. Para quem não assistiu, ela interpreta uma mulher que foge sempre que se aproxima a hora de chegar ao altar em seus relacionamentos. Richard Gere é um jornalista que se interessa pela história e descobre o motivo pelo qual ela não conseguia se casar: ela não se conhecia. Se namorava um motoqueiro, ela fazia uma tatuagem, vestia-se de preto e gostava das mesmas coisas que ele; se namorava um músico, apaixonava-se pelas músicas e aderia ao estilo de vida alternativo dele; e assim por diante.
Claro que é uma versão exagerada da realidade, mas é a realidade. Principalmente na era da internet. Antes do primeiro encontro você pesquisa tudo sobre a pessoa: trabalho, familiares, gostos musicais… E quando chega o grande dia você mente. Diz que concorda com as opiniões políticas do outro, veste-se como acredita que outro gostaria… Mas, assim como a fruta em um certo momento vai cair da árvore, um dia a verdade aparece.
Não conhecer a si mesmo: a ruína dos relacionamentos
Se você não se conhece, como pode querer que os outros o conheçam? Como pode dividir a vida com o outro? Como pode passar a vida fazendo e dizendo coisas com as quais não concorda? Não é possível. Uma hora a sua voz interior vai lhe cobrar isso. Os seus desejos verdadeiros vão ser demonstrados e a paixão vai acabar. Sabe por quê? Porque a pessoa que o outro conheceu não era você.
Um fato incontestável que aprendi nos últimos anos foi: os relacionamentos não podem ser duradouros se os envolvidos não souberem quem são. Sem autoconhecimento você nunca vai se sentir completo no trabalho, nas relações, na vida… Para as coisas darem certo, você precisa saber o que quer, ter luz própria, amar-se, cuidar-se, respeitar-se. Você precisa estar equilibrado e feliz.
Ninguém nasceu para ser o complemento, ou a parte que falta de ninguém. Você precisa estar completa, cheia de amor próprio, energia e luz, como um pote cheio, transbordando. Em seguida, se você quiser, pode encontrar uma pessoa assim, ou pelo menos disposta a ser assim, para que juntos possam ser felizes e construir um relacionamento saudável e duradouro.
E se os dois ou um dos dois está se descobrindo, mas a paixão aconteceu? Que tal, ao invés de desistir, dar uma chance e investir no autoconhecimento juntos? Terapia individual, terapia de casal, ioga, tantra, religião. Seja qual for o caminho, se o amor é verdadeiro é possível ajustar o que está “quebrado” ou o que está “trincado”.
Se o seu parceiro não estiver disposto a investir na própria melhora, invista você na sua. Plante a semente, cresça, floresça, e tudo que for bom para você vai ficar. O que não for bom, vai embora. E novas coisas boas vão chegar e ficar. E o que já era bom fica melhor ainda. Como já disse nos artigos anteriores, só escrevo sobre o que vivi e o que conheço. Só você pode ser o seu melhor amigo e o seu pior inimigo. A primeira opção é sempre a melhor. Você não pode fugir de si mesmo.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa