Está ficando cada vez mais difícil diferenciar amor e apego. São duas categorias muito próximas e, muitas vezes, as pessoas transitam livremente entre uma e outra. Você olha para uma pessoa, sente uma atração imediata – que convencionamos chamar de paixão. Quando se dá conta, já é tarde demais. Aquela pessoa, que antes não significava absolutamente nada, se converte em peça fundamental no quebra-cabeça da sua vida. Se ela sair fora, você estará incompleto. Por isso dói tano ter o coração partido.
E o amor, surge quando? Complicado demais estabelecer limites para o amor. Amor genuíno ou amor de veraneio, são tantos os arranjos possíveis, um verdadeiro labirinto com múltiplos caminhos. Amor líquido. Amor e apego, contudo, não se confundem, pelo menos na teoria. Podem coexistir numa boa: amor sem apego, apego sem amor e amor com apego. O último caso é o mais problemático, é quando a relação de dependência é tão profunda que qualquer mudança pode ser caótica.
Na vida real, nas relação tumultuadas, é um verdadeiro sacrifício saber quando estamos amando alguém. Será que é só apego? A gente se pergunta. Na maioria dos casos, acredite, é só apego. Isso é um pouco triste. Apego é uma dessas coisinhas que nos fazem dependentes. Amor, por outro lado, geralmente não implica em uma relação de necessidade. Eu te amo e por isso deixo você partir, é o que diz alguém que ama de verdade. Estou apegado a você e por isso quero você só para mim, responde aquele que padece de apego.
Em todo caso, não é fácil. Dá uma dor de cabeça danada gostar de alguém, estar com alguém e vê-lo partir. Tudo que fica é a saudade, esse buraco negro de angústia e dor. Ah, não exagere! O coração é uma caixinha de surpresas.