Para o meu amigo: as demandas do amor

Querido amigo,

São onze horas da noite de uma segunda-feira. Recebo vários prints da sua conversa com ela no whatsapp. Assim como aquela música você fica nessa de “Should I stay or should I go?”.
Você me diz que está com medo de sofrer, mas percebe que o medo já é um sofrimento em si?

O amor, querido amigo, demanda coragem.

É ver o fim do precipício e se jogar mesmo assim. É não somente correr o risco de se magoar, mas escolher quem vai ter o poder de fazer isso contigo.

Amar é ter alguém que você possa mandar mensagem a qualquer hora. É ter, de maneira romântica, um melhor amigo. É beijar alguém e sentir arrepios, mas em um abraço se sentir seguro.

É ter, em uma hora de não pensar em ninguém, alguém que você pensa toda hora.

Amar também demanda um pouco de burrice…

É colocar o outro antes de você. É escolher uma única pessoa dentro das 7 bilhões que existem no mundo. É ter trabalho e discussão chata de relação. É ter que se expor, ser vulnerável. Ter que dar satisfação.

É não ter nada novo porque está com a mesma pessoa e, ao mesmo tempo, ter que descobrir o novo nela todos os dias.

Não sei te dizer se você deve ir ou ficar, mas se existe um último ponto para te dizer é isso: o amor é aquilo que aquele cara, que você acha idiota, não sentiu por mim.

É o que ela sente por você.



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Tem 23 anos, é advogada e aprendiz de escritora. Viciada em séries, viagens e desventuras amorosas. Gosta de desabafos de bar, cantar "Evidências" no karaokê e misturar abusivamente Netflix com pipoca. Contribui para a sustentabilidade reciclando experiências em forma de textos e, quando indagada se deve ou não publicar uma crônica reflete: o que Taylor Swift faria?"

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