Já de antemão, aviso – moça, o amor sozinho também faz verão. Mania essa de achar que precisa ter um outro alguém para dividir uma casquinha ou para acompanhar uma maratona daquele série que você gosta. Até mesmo na questão das contas, não se prive. Não se contenha. Gostar da sua própria companhia nunca pode fazer mal. Não me lembro de ler um epitáfio escrito: Viveu do próprio amor e foi feliz. É sempre a mesma velha história sobre ter sido amada e amado todos. Nada de errado com isso, mas, antes do transbordar, recolha um bocado pra si.
Esqueça esse papo de independência financeira, moça. Lógico, isso infelizmente é pedido para todos nós, claro. Mas o mais importante é ceder o alvará do coração. Torná-lo sedento por novas experiências e sabores que somente terão significado se passados pelo seu sorriso. É da tranquilidade de fazer as coisas em solidão, onde finalmente encontrará a densidade do verdadeiro querer. Não é ser egoísta, moça. Não é fechar a conta para quem vier querendo um colo. Descrevo simplesmente sobre saber priorizar, antes de tudo, a sua própria felicidade. Para ser cúmplice num relacionamento é preciso reconhecer e aprimorar a alma. Beber dos amores ausentes de outros lábios que não sejam os teus. Desfrutar dos sentimentos ambíguos despertados por algo simples, chamado autoconhecimento. Isso não vende em farmácias, moça. E você também não consegue comprar pela internet, diga-se.
Moça, por favor, olhe-se no espelho. Contemple as belezas que os outros não viram. Dispa-se dos medos e cicatrizes oriundos daqueles relacionamentos que tiveram um fim por não saberem partilhar do respeito. Entenda que, o amor sozinho definitivamente faz verão e também outras estações. Permita-se encontrar a si e, após ter adentrado no que há de melhor para seu coração, aí sim você pode cogitar abrir um extenso sorriso e dizer; estou pronta para amar a dois.