Por Raquel Etérea – via A mente é maravilhosa
Sentir raiva, às vezes, pode ser bom. Não deixa de ser uma emoção que nos permite liberar frustrações e toda a ira contida em nosso organismo. É uma emoção que surge quando nos encontramos diante de alguma dificuldade, mas é preciso tomar cuidado para não explodir.
Irritar-se é algo que vem e vai, e que nos permite reagir de diferentes maneiras diante de uma mesma situação. Por exemplo, se emprestei um livro, o aborrecimento pode me ajudar a dar o passo para poder reclamá-lo e, assim, recuperá-lo.
Isso não implica, necessariamente, gritar ou mostrar esse aborrecimento quando quisermos recuperar o que nos pertence. Ao contrário, é um estímulo controlado que nos permite dar o passo para pedi-lo de volta.
“Se uma pessoa não tem permissão para expressar sua raiva, nem sequer reconhecê-la em seu próprio interior, ela termina, por simples extensão, privada tanto da força quanto do controle” -Carolyn Heilbrun-
Você é daquelas pessoas que sabem como expressar sua raiva? Ou você a retém até não poder mais e não resta outra saída a não ser “explodir”?
O mais saudável é a primeira opção, mas, se você não for capaz, hoje compartilharemos algumas chaves para que saiba o que fazer quando estiver a ponto de explodir.
Quando perco o controle
Uma das consequências de não liberar a raiva em doses pequenas é que ela se acumula. Tudo aquilo que reprimimos, que não dizemos por medo de como poderão reagir, tudo aquilo que não expressamos e que nos incomoda, guardamos, mas não eliminamos.
É muito importante saber que ignorar o que nos incomoda não fará com que desapareça. Sempre estaremos guardando tudo o que pensamos para nós, ainda que não estejamos conscientes disso.
Por exemplo, se certa atitude de um amigo me incomodou, em breve podemos sentir que a situação familiar não é a melhor e que temos problemas no trabalho por causa do estresse; isso, cedo ou tarde, virá à tona.
Ainda que acreditemos que nem nos lembramos mais daquilo que havia nos incomodado de nosso amigo, apesar do gatilho ser uma única coisa, por trás disso sairá tudo aquilo que havíamos guardado antes.
É aqui, quando explodimos, que perdemos o controle sobre nós mesmos. Certamente, se você é uma dessas pessoas, surpreenderá aos demais e até a si mesmo com essas reações.
Provavelmente, durante essas perdas de controle sobre si mesmo, você nem sequer se lembre do que diz ou faz. Tudo sai de você sem nenhum controle.
Isso faz com que você seja completamente imprevisível. Em qualquer momento pode explodir, você não determina o momento. É como uma bomba-relógio que em qualquer momento detonará.
Vou explodir, o que faço?
É difícil determinar quando explodiremos, mas se nos conhecemos, saberemos quando estamos a ponto de perder o controle, ainda que seja tarde demais.
O melhor é aprender a pôr para fora tudo isso que acumulamos no momento em que o sentimos ou, ao menos, não permitir que vá se formando essa bola de emoções que, cedo ou tarde, explodirá.
Assim, podemos levar em conta os seguintes conselhos que lhe farão refletir sobre esta situação:
Pergunte-se: vale a pena ter raiva? Tenho motivos?
Aprenda a falar, aprenda a pedir, aprenda a identificar e a manifestar aquilo que o incomoda.
Afaste-se e respire profundamente.
Comece a encontrar soluções para o que o aborrece.
É importante que você aprenda com suas explosões, que comece a pôr para fora tudo o que você sabe que vai se acumular e ser liberado a qualquer momento.
Pense em soluções, mas nunca acredite que a solução é ignorar e esperar para ver o que acontece. Isso, você já sabe, terá um resultado de detonação.
Além disso, quando se encontrar numa situação limite, aprenda a se afastar. Por inércia, as pessoas nos dirão ou nos pedirão para nos acalmar. Isso só fará aumentar nossa raiva e nos cegará.
Comece a aprender com esses momentos para começar a dizer tudo o que pensa em cada um deles. Assim, você se sentirá melhor consigo mesmo e evitará perder o controle, algo que pode acontecer em momentos muito pouco oportunos.