Segundo o Professor Hermógenes, um dos pioneiros do Yoga no Brasil, “o homem normal é um doente!” Diante disso, ele convida as pessoas a serem anormais.
A princípio isso pode soar estranho, mas faz todo o sentido.
Normalidade vem de “NORMA”. A norma de um conjunto é aquilo que ocorre com mais frequência.
Quando se diz: “Em terra de cego quem tem um olho é rei,” diz-se que a cegueira é o normal. E o ANORMAL, ou seja, aquele que VÊ é tão melhor que pode ser rei.
O que acontece é que estamos vivendo numa sociedade doente pela normalidade. As pessoas vão perdendo a identidade para adequar-se as regras da sociedade, sendo assim, aceitas pelo grupo. E aí que surgem as doenças físicas. A maioria das pessoas não consegue ser o que não é por muito tempo. A outra minoria perde completamente a identidade. Mas em ambos os casos as conseqüências são drásticas. Tanto é que não é à toa que o medicamento RIVOTRIL (combate a ansiedade, stress, insônia), é um dos mais vendidos no país.
Esse modo de viver deixa as pessoas cada vez mais neuróticas, inseguras e infelizes. Pois não sabem mais quem são, nem o que querem.
São aquelas que mantêm relacionamentos doentios, empregos que odeiam, vivendo uma rotina estressante pra mostrar para a sociedade que está tudo bem.
Elas sobrevivem, levadas como folhas ao vento, como uma carta sem remetente e destinatário, como um barco de papel no meio do oceano.
Esse é o “normótico”, que calça os mesmos tênis, veste as mesmas calças, se fanatiza pelos mesmos ídolos, curte as mesmas músicas, se envolve em relacionamentos vazios. Sua segurança está em enturmar-se, falta-lhe a coragem de ser diferente. Quanto mais normótico, mais submisso à moda. Pior ainda quando se fanatiza por movimentos, líderes e seitas. O “normótico” é presa fácil para a manipulação. Ele deixou de ser “gente” e tornou-se robô, escravo do sistema.
Os normóticos são vítimas de “Bhoga”, ou seja, pessoas voltadas para o exterior, buscando fora o que jamais vão encontrar: paz, segurança, felicidade, liberdade.
E a cura está na busca interior são práticas de autoconhecimento, como o“Yoga”.
O autoconhecimento leva a autenticidade, e esta leva à verdade.
Essa verdade é a essência dentro do ser humano, que possibilita conhecer e potencializar as qualidades, trabalhar o que ainda precisa melhorar, para então ter a tão sonhada qualidade de vida.
Mas ser diferente e não seguir o padrão também traz problemas no início, porque você sofre a pressão da sociedade. Só que a partir do momento que você se desapegar do modismo e criar a sua história, sendo o protagonista da tua vida, então você será livre. E nada disso mais vai te afetar. Pois você estará seguro. Você deixou de sobreviver para VIVER intensamente!
(Baseado no capítulo “Normose” do livro “Yogaterapia” – Hermógenes)