Por Uziel Moreira
Todo o mundo via que ela não valia nada, mas nada podiam fazer. O mundo dele mudou quando ela o deixou mudo. Era um daqueles relacionamentos em que o mais apaixonado fica burro, cego, surdo. Ela podia mandar, desmandar e revalidar o crachá de jumento de carga que ele levava no peito.
O sexo oposto também não está livre de se envolver num crime contra a inteligência emocional. Já vi mulheres de todas as cores, de várias idades e de muitos amores se prendendo em celas por causa de homens sem estribeiras e muito menos respeito para com elas.
Quando se ama alguém que não vale um casco de tubaína só resta juntar os cacos no fim da bagaceira. Geralmente o final verdadeiro demora uma infinidade de tempo, só vem depois de muitos dissabores e caras rachadas no asfalto. Cai uma, duas, três, o apaixonado vira freguês.
Não adianta a mãe dizer que ele não presta, ou o pai avisar que ela não serve. Quem ama teima e se queima violentamente no incêndio de um relacionamento baseado em fatos surreais. O besta do casal só vê a realidade quando os ossos da batida ficam expostos ao céu de um dia triste, ou ao crepúsculo de uma lua de fel.
No fundo, o peixe fisgado sabe que naquele mar de águas agitadas ele está amando sozinho, no entanto, existe uma esperança que não morre facilmente. É uma, duas, três, quatro mil facadas e a esperança continua viva. Pense num povo esperançoso. A esperança é tão grande quanto a teimosia.
Amar e se submeter a quem não vale nada é um sintoma de uma doença chamada falta de amor próprio. Procure um médico!
via uziporai.com.br