Não sei bem como são os medicamentos antidepressivos e aqui não estou falando contra, nem recomendando que alguém interrompa a medicação receitada pelo psiquiatra. Não é sobre usar ou não medicamentos, mas sobre lugares da vida em que substâncias químicas jamais serão suficientes.
Eu gostaria de algo pra tomar e pronto, todas as minhas questões fossem resolvidas. Gostaria muito de ser uma pessoa bem resolvida, eu sou como você. Cheio de problemas feito livro de aritmética e de dúvidas feito barrar de pesquisar do Google.
Você já leu a bula de um Prozac? Elas não ensinam nada sobre caso a gente ter alma sensível às coisas mais bobas da vida, desconsideram veementes o sentimento de quando surge a vontade de engolir as nuvens do céu. O Prozac não vai me dizer se devo insistir ou desistir de algumas amizades, nem me explicar qual é a relação amorosa mais apropriada.
Para viver além da medicação é preciso deitar no chão. Tirar os sapatos, cantar mesmo sem dom suas músicas favoritas, desenhar essa realidade paralela de quem não tem dom de representar fielmente os objetos. Fazer de conta ser qualquer coisa.
Você também necessitará ter dois dois olhos capazes de chorar com ou sem motivo. Tudo bem se borrar a maquiagem que acabara de preparar ou sua cara inchar como um panda alucinado. Tudo bem mesmo! Pandas são até desenhos animados que salvam seus amigos lutando karatê, parecer um panda é melhor que engolir o choro e viver entalado de tristeza.
Chame seus amigos e vá pra algum lugar. Se eles não quiserem ir, se você acha já ter irritado tanto o mundo que agora está sozinho, tudo bem, tudo bem também. Aproveite-se. Escolha o seu lugar. Talvez dê pra dançar. Talvez seja o momento de viajar. Com certeza há milhares de “talvez” para achar conversando consigo mesmo. Falar sozinho não existe se você está acompanhado de si.
Eu sei, você esquecerá estas palavras nas horas de agonia, eu mesmo esqueço, tudo bem. Também, se precisar tomar algo além do receitado pelo médico , por favor, tome algumas horas deixando doer. Não há nada de errado em sentir um dia ficar mais pesado e entortar os ombros. Se é o fim? É sim. Mas também é sempre o recomeço, todo dia, passo a passo.
Para viver com menos comprimidos é preciso aceitar determinadas doses de loucura. Nem tudo em você é mesmo uma coisa normal, mas como ser normal é fruto de comparações com outras pessoas, mais uma vez, tudo okay. Você pode ser o louco delas assim como muitas vezes elas são as loucas para ti.
E se puder, quando puder, a hora que puder. Estenda as suas mãos, saia um pouco do seu mundo e suas estrelas, tente tocar em outra pessoa com suas galáxias todas. Os seus ouvidos podem ser o barquinho que ajudará um marinheiro que caiu do naufrágio a chegar em terra firme. O “tudo bem, eu te entendo” sincero e empático pode se transformar numa bússola a mostrar uma nova rota. É só se deixar ser.
Seus braços têm a capacidade de enrolar um corpo dando a poderosa substância mística e ao mesmo tempo científica, denominada aqui de abraçaço. Não é o abraço comum de dois empresários que fecharam um negócio lucrativo. Mas o abraçaço de uma criança que encontrou outra criança há dois minutos atrás, e já quer que ela seja uma criatura espalhafatosa de tão feliz.
Você pode achar e relutar que não, você não. Mas há alguém por aí com uma receita psiquiátrica imaginária com seu nome. Recomendando que sejam utilizadas várias doses da sua companhia e do seu afeto. Pode ser alguém de perto, de longe, de mais ou menos perto e longe. É alguém que mais cedo ou mais tarde aparece, muitas vezes sem saber o porquê, precisando de uma cápsula da sua presença.
Mesmo que nunca diga explicitamente, quem sabe um sorriso de alívio, um aperto no dedo mindinho, algo nele dirá; – Você é o antidepressivo que eu tomei sem receita.
A mágica é que nessa hora, essa pessoa será seu antidepressivo também, e vocês parecerão duas belas caixas sorridentes de medicação sem bula e sem contra-indicações.
Não é porque voce foi alfabetizado que voce pode escrever sobre o que não sabe. Não lê , não se informa, não conhece pessoas REALMENTE doentes que precisam de medicamento e não tem nenhum santo , anjo ou alguém fantástico que nos tire de um transtorno psiquiátrico.
Minha filha, você pode até saber sobre o assunto, mas com certeza você faltou a aula de INTERPRETAÇÃO! Isso aqui é um (ABRE ASPAS) “TEXTO ROMÂNTICO” (FECHA ASPAS) não todo mas grande parte e não uma receita medica, tão pouco uma bula. Autopiedade é uma grande causa dessa doença que é o mal do século. E pode ter certeza que ele está ajudando muito mais gente com esse texto do que vc com esse discurso de autopiedade. Um abraço, e faça aulas de interpretacao, ou simplesmente não comente tais baboseiras! Beijos.
Para que essa estupidez, “minha filha”? Só porque você discorda da opinião de Helena, vomita sua agressividade gratuita! Você é que deveria ficar em silêncio, ao invés de nos obrigar a ouvir tanta grosseria! Vá procurar alguma ajuda “minha filha”!
Desculpe Helena, mas já nas primeiras palavras o autor justifica seu comentário. Acima de tudo, respeito seu ponto de vista. Entretanto, lendo todas as palavras desse texto, é impossível não tirar ao menos uma lição importante pra nossas vidas, sejam elas como forem.
Helena, pelo amor de deus, pra que isso? O que você ganha dizendo essas coisas sobre o texto do moço? Ele deixa bem claro logo no início que a intenção dele não é fazer com que pessoas doentes deixem de tomar seus medicamentos. Entenda uma coisa, independente de alguém estar ou não doente, de alguém tomar ou não tomar remédios, todo mundo tem alguém que é especial e pode alegrar um pouco mais nossos dias, fazendo com que os problemas sejam, ao menos, amenizados e nos tragam força para continuar lutando. Uma pessoa que está realmente doente não deve deixar seus medicamentos de lado, entretanto, todo mundo precisa de um pouco de amor e de afeto. Talvez seja isso que esteja lhe faltando, já que não há a mínima necessidade em dizer o que disse. Mais amor Helena, por favor!
Perfeito; não diria melhor. Talvez a nossa amiga Helena precise não só de amor como de medicamentos, pois seria uma explicação para tamanha agressividade.
Olá… para começar amei o seu texto! Sou uma pessoa depressiva a anos… os que chamam de “crônicos”, mas encontrei muito mais conforto em seu texto do que em muitas sessões neurológicas, psiquiátricas ou psicológicas… e venho aqui lhe agradecer por hoje ser o comprido que eu precisava e também te deixo um pedido… continue escrevendo muitos outros textos como esse…! Obrigada!
Alan amei o seu texto!
Sensacional o seu texto, exatamente o que estou vivendo, qd vc erra com alguém por algum motivo tudo que vc fez de bom não é levado em consideração , o importante é ter reconhecido o erro e melhorar, eu tenho me tornado uma pessoa melhor a cada dia, nas minhas relações com as pessoas, algumas passaram pela minha, outras continuam comigo, novas entraram na minha vida. Fui massacrada, hulmilhada, mas estou de pé. Dançando em frente ao espelho, passeando com amigos, sozinha, vou vivendo a minha vida intensamente sem antidepressivos, sem calmante, qd estou triste bebo o meu vinho e vou levando a minha vida feliz! foi maravilhoso ler o seu texto. Muito obrigada! Celia Morais
Normalmente não sou de comentar em textos de blogs e zaz mas resolvi escrever nesse aqui. Muito bem escrito seu texto. E independente ou nao de fazer uso de medicamentos vc souber como escrever sobre o assunto. Eu ja passei por poucas, pessimas, qs que nao voltei e hj me recupero de uma doenca psiquiatrica e psicologica… ainda em tratamento em ambos e concordo e acato suas palavras! E siiiim, as vezes precisamos sair do nosso mundinho e ver o proximo. E as vezes isso é isso do que precisamos para melhorar a nos mesmo e ajudar ao proximo. Eu poderia ficar escrevendo por horas aqui. Mas acho que vc ja me entendeu! Obrigada pelo seu texto e por compatilhar conosco sua interpretacao de um assunto tao delicado porem necessario!
Amei…acho que as pessoas deveriam se arriscar em vez em quando !!
Já tive depressão…sem ter que tomar remédios…faltou vc colocar que se colocarmos Deus em primeiro lugar nas nossas vidas…com ou sem remédio tudo fica bem !! Pois ele é o nosso remédio…nossa paz…e o Amor que encontramos em tudo isso que deveríamos fazer como vc disse !!
Alan o seu texto é ótimo.
Obrigado
Apenas em saber que somos “antidepressivo de alguém” já é antidepressivo pra nós!
Vibrei com esse texto!
Parabéns pelo lindo texto Alan, amei!!!
Percebe-se que o autor do artigo não vive a realidade de quem tem depressão, em um mundo em que ser feliz é a ordem. Ninguém quer pessoas tristes e tóxicas (seja lá o que isso for) por perto. você também certamente nunca passou por um surto grave. Todos sempre tiveram medo dos “loucos”.
que apelação! Bem dizia Umberto Eco: “as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis!”
estou me referindo aos comentários!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Amei seu texto, foi uma bela dose de antidepressivo, que estou precisando tanto. Parabéns!
Amei seu texto. Seu jeito de colocar as situações são leves e reais. Sou coach, amo escrever, quem dera um dia conseguir escrever como você.
Gostei do texto ?
Perfeito ,tenho alguém na minha vida que sofre de depressão ,gostaria de saber mais sobre em como ajuda la nessa caminhada
Parabéns pelo texto cara, muito lindo, inclusive vou compartilhar ele para que outras pessoas que estejam precisando de uma dose de amor possam ler esta maravilha de texto.
Alguma pessoa poderia me dizer de que filme foi tirado a imagem de anexo
@Gustavo…é do filme brilho eterno de uma mente sem lembranças.