Eu fui levando. Eu fui deixando a minha bagagem se encher de pesos como se eu conseguisse carregar tudo aquilo. Pesava. Pesava muito. Mas a gente vai se acostumando com o peso, e com o tempo aquilo parece fazer parte de nós. Esse é o grande mal: nos acostumar com o que não nos faz bem porque vamos levando aquilo sem refletir muito. Vai no automático. A gente para de olhar pra si e vai seguindo na estrada, crente de que seguir em frente significa apenas: caminhar, caminhar, caminhar, independente do peso que se leva.
As pessoas tentam nos incentivar: siga em frente, esqueça, não pense nisso. Mas elas não sabem o que você carrega, elas vêem sua mochila mas não sabem quanto pesa, elas vêem o machucado do seu joelho mas não o que você sente. Só você sabe. Mas você ignora e vai carregando, carregando, carregando. E sabe o que acontece? Uma hora você cansa, uma hora a dor vem, uma hora você surta. Os ombros latejam, as pernas fraquejam, o coração sangra e você acha que não vai aguentar mais.
Você até conseguiu andar, andou dia e noite, no sol e na chuva mas chegou em uma parte do caminho que não era a que você queria: aquela parte chamada chamada “Dor”. A dor é lugar da estrada em que você se sente só, triste e fracassado. Dá vontade de ignorar, pular essa parte; dá vontade de voltar pra trás. Mas pular é impossível e voltar pra trás não significa crescimento, significa apenas retornar ao ponto de origem que causou aquela dor. Você pensa em fugir, em desistir e tudo isso só vai protelando a sua estadia naquele lugar.
Se você chegou em um momento dolorido, entenda esse momento como uma oportunidade, e mais ainda, como uma necessidade de olhar pra dentro de si, se cuidar, tratar as feridas. E para isso, é preciso desligar o automático, parar de seguir olhando para todos os lados à procura de uma salvação, e passar a olhar para onde verdadeiramente importa: dentro de você. É preciso abrir a bagagem e examinar todos aqueles pesos, de onde eles vêm, porque eles vêm e se eles são realmente necessários no restante do caminho. Isso é doloroso e significa também que alguns comportamentos, hábitos e até pessoas precisarão ser deixados para trás. Você vai precisar se reinventar . Você vai experimentar a solidão. E verá que não resolve muito esperar alguém chegar e fazer isso por você, retirar os seus pesos, tratar as suas feridas. Só você mesmo pode fazê-lo.
A dor vai cessar de imediato? Infelizmente não. Isso leva tempo, paciência e exige de você a sua melhor versão. É a Vida te lapidando. Mas lembre-se: a dor não é o caminho. A dor é apenas parte do caminho. E o caminho da cura passa pela dor.
Um texto abençoado que certamente ajudará muitos a encontrarem alívio e curas. Acontece com inúmeras pessoas que, de alguma forma programada inconscientemente por elas mesmas, passam pela dor, cujo motivo individual parece inexplicável às vezes. Mas, a dor só é importante vivenciar na medida em que ela nos aproxima de um futuro melhor, ou nos prepara para um caminho divino; se não, é perca de tempo no processo evolutivo. Muitas curas estão exatamente dentro do próprio inconsciente dos doentes, que custam a procurar interiormente e permanecem mais tempo no sofrimento. Lamentável que a Medicina tradicional, ainda não integrou a real importância do espiritual e da ânsia de evolução interior, nos processos de cura dos indivíduos, o que traria inúmeros benefícios mais imediatos, no alívio e nas curas. É benéfico distribuir textos assim, divulgados para que muitos doentes alcancem cura de forma consciente com segurança no próprio caminho evolutivo. Namastê!