Olha, moço, não é você.

Sou eu e a minha mania de desistir de tudo que não encanta.

Não é você, é o meu costume de esperar que seja bonito, seja lá o que for.

Não quero rótulos, certezas, promessas, mas da consideração eu não abro mão.

Gosto de jogo limpo, de atitudes condizentes com as palavras, de gente que quer e faz acontecer.

De quem não dá desculpas atrás de desculpas, porque sabe que existe a opção do não e fim. Simples assim.

Gosto de gente de verdade, que fala o que pensa, que se doa, que se entrega sem pensar no depois.

Gosto de pessoas que não usam pessoas, e não de gente que diz o que o outro quer ouvir, só pra conseguir o que precisa.

Gosto de olho no olho, abraço apertado, sorriso que vem da alma, olhar que fala sem que nada precise ser dito, saudade que não acaba. Gestos que vêm lá do coração.

Gosto de quem gosta de mim, e está perto, mesmo quando longe.

Que é ombro, que é colo, que é vontade de ficar.

E olha, moço, definitivamente, não é você. Sou eu e meu amor-próprio – que vai muito bem, obrigada.



LIVRO NOVO



Feminista em (des)construção, mãe do Pedro, viciada em filme água com açúcar e literatura. Estudante de Letras, Leitora compulsiva de blogs (principalmente os feministas) e apaixonada por Virginia Woolf, Sylvia Plath, Hilda Hilst, Caio Fernando Abreu e Hemingway. Ouço mil vezes a mesma música, sinto milhares de vezes a mesma saudade e coleciono muitos nós na garganta, palavras não ditas (porém escritas e reescritas) e culpas que não são minhas. Das perdas mais dolorosas que sofri, me perder de mim foi a pior delas. Mas aos trancos eu aprendi que eu sempre me reencontro, me refaço e (me) recomeço, leve o tempo que levar.

2 COMENTÁRIOS

  1. Tenho o costume de ler (e amar) os textos desse site e nunca parar pra deixar um comentário, mas dessa vez preciso enviar pelo menos um “Obrigada!”. Texto incrível! <3

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