Mais dia, menos dia, teremos que ser aquela pessoa que diz adeus e que briga com quem ultrapassou os limites do bom senso; teremos que nos negar a fazer um favor e que alertar para o ridículo de atitudes alheias; seremos quem não se compadece com as lágrimas do amigo, bem como quem cobra do parceiro tudo o que ele deixou de fazer. Isso nos liberta e nos garante sobrevivência.
Viver em sociedade requer um exercício contínuo de tolerância, caso não queiramos nos desgastar inutilmente. Estamos cercados de pessoas que pensam diferente de nós, que agem de maneira inapropriada, que falam sem pensar e que não medem esforços para ofender gratuitamente quem estiver no caminho. Tentar manter a calma e ser gentil será o maior bem que faremos a nós mesmos, porém, em certos momentos, teremos que nos impor às custas da contrariedade alheia.
Não nos faz bem machucar as pessoas, ainda mais quando explodimos exclusivamente por conta de problemas nossos e não pela situação em si. É preciso saber separar o que é nosso sozinho do que é nosso junto com alguém, ou estaremos fadados a descontar nossas agruras em quem não tem nada a ver com o que se passa dentro de nós. Estender nossas misérias emocionais a quem está ao nosso lado e não merece nossas indelicadezas é uma atitude covarde e que denota tão somente imaturidade e desequilíbrio.
No entanto, muito do que nos fere e nos desestabiliza emocionalmente é consequência da forma como o outro vem lidando conosco, uma vez que existem pessoas que contribuem deveras às escuridões em que mergulhamos vez ou outra. No entanto, como se diz, as pessoas agem conosco da maneira que nós mesmos permitimos, ou seja, muito do que o outro provoca de negativo em nossas vidas tem a nossa anuência, mesmo que não declarada.
Por essa razão, teremos que deixar bem claros os limites até os quais o outro poderá avançar, para que não sejamos atropelados pela tirania, pela maldade e pelas más intenções alheias. Da mesma forma que teremos encontros mágicos e especiais, sempre encontraremos quem nos tentará diminuir, quem desejará se aproveitar de nós, quem necessitará encostar as próprias fraquezas em nossa jornada. Caso não consigamos nos impor como pessoa, caso não nos fortaleçamos com a firmeza de nossas convicções e de nossa dignidade, acabaremos nos perdendo de nós mesmos.
Portanto, em determinados momentos de nossas vidas, teremos que ser aquela pessoa que diz adeus e que briga com quem ultrapassou os limites do bom senso; teremos que nos negar a fazer um favor e que alertar para o ridículo de atitudes alheias; seremos quem não se compadece com as lágrimas do amigo, bem como quem cobra do parceiro tudo o que ele deixou de fazer. Porque ser maldoso o tempo todo é imperdoável, mas optar por ser antipático na hora certa é libertador e nos garantirá sobreviver e seguir em paz.
Obrigado por me fazer refletir.
Muito bom!!
Honesto consigo mesmo, mas antipatico na opinião do outro!!!
Mais um texto muito bom.
Parabéns!
Exatamente assim! Dar um basta é preciso.
O texto que eu precisava nesse momento.
Muito bom e libertador.
Temos que levar a vida assim!
Nega, nada contra tatuagem, mas conto a todas as pessoas que aprecio. São lembranças de uma época em que quem as usavam eram as pessoas mais sem caráter, e cheias de preconceitos. Era menino e minha mãe mandava-me ir à “venda” comprar-lhe alguma coisa que precisava. Mas, logo vinha a recomendação principal: não me passa naquela casa dos jogos de bilhar. Ao meio dia, um sol de rachar e tudo escuro lá dentro. Desde aí tenho ojeriza por gente tatuada. Mas, cada qual é livre para fazer coisas que aprecia, o risco é dela mesma.
Fantástico! É exatamente isso. Obrigada por traduzir em palavras!
Adorei a lição sobre boa conduta de viver em sociedade! Obrigado!
Texto reflexivo e atual , em uma sociedade individualista , onde muitos tentam tirar ´proveito da sua”bondade” ou gentileza. Saber se impor, é inicialmente , se permitir, se conhecer e perceber o que edifica a sua vida e o que não te acrescenta, impedindo o seu crescimento pessoal.