Deixando ir… ou carta que pretende ser um beijo

De repente é noite e você está tão só…O meu dia foi tranquilo, mas eu sei que o seu te doeu até agora e eu não posso amenizar nada com palavras que pretendam ser abraços porque elas te falariam obviedades sobre tempo, paciência e espera_ quase uma crueldade quando o que a gente quer é uma premonição, uma certeza, alguma frase cheia de sabedoria que norteie nossa vida.

De repente a semana está começando de novo, mas só se passaram alguns dias e todos foram tão abarrotados de ausência e medo e confusão interna, de uma busca quase estéril de se sentir melhor ,de fazer coisas por si mesma…E o buraco insistindo no meio de dentro do corpo, o abismo gelado, o choro engrossado de escuridão e descrença…E eu te vejo encolhida num canto, o desespero nos olhos, o peito abafado, a vontade do grito e a falta de fôlego…E eu não sei a coisa mais bonita que eu poderia te escrever….Sei que já vi borboletas voarem faltando um pedaço da asa e rosas incríveis desabrocharem num copo com água: e é disso que me nutro pra acreditar que a meteorologia nem sempre está certa e que dias tão cinzentos podem ser prefácios de noites com sol…

Sei que se eu estivesse aí,certamente estaríamos juntas no cantinho mais confortável de qualquer lugar escolhido por você e eu te daria um abraço com tanto encaixe e amor que você, por pelo menos alguns minutos, encontraria” um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”…E mesmo que o seu corpo todo doa numa súplica e que “ele” seja toda sua ferida, meu amor, eu espero ,sinceramente, que o pedacinho que falta na tua asa, não te impeça o vôo…

( Minha flor, o que eu tenho pra te dar é colo, não conselho…E todo amor que transborda em mim, vai ser seu até que nada mais doa tanto…)

Marla de Queiroz

 



LIVRO NOVO



Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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