Ele colocou o coração no mudo.
Preferiu arquivar o que sentia.
Mas eu senti tudo enquanto o coração dele falava tanto de amor.
Agora me obrigo a desligar meu coração do coração dele.
Aperto o offline.
Ta fora da área de cobertura.
Tento de novo.
Sem sinal.
Reinicio o sistema.
Trava.
Respiro fundo.
Começo desligando palavra por palavra de tudo de lindo que ele me disse.
E depois desligo cada atitude que ele teve que tanto me encantou.
Consigo enfim conectar a insegurança com o medo que veio nele depois, junto com o silêncio e o gelo que tomou conta em alguns momentos que senti tanta falta daquelas palavras e atitudes do início.
Pode ser passageiro, penso comigo, mas aprendi a ser prática.
Achei que conseguiria esperar o tempo dele, mas meu tempo é precioso demais para isso.
Para mais ou menos não há espaço no meu coração.
Deleto.
Agora parece que tudo não passou de um sonho bom no começo, com uma parte estranha no meio e um final confuso que eu adiantei.
Meu coração agradece, mesmo que minha mente ainda não tenha processado tudo que aconteceu.
Quem sabe o coração dele se abre um dia e ele perceba o quanto perdeu.
Quem sabe…
Mas agora quem sabe o que está fazendo sou eu.
Offline.
Consegui.
Ainda dói…
Mas meu amor próprio está online.