Cartunista Angeli se aposenta após diagnóstico de doença que ‘rouba’ capacidade de se comunicar

Aos seus 65 anos, o cartunista Angeli, fez um anuncio importante nesta quarta-feira (20). O artista irá se aposentar por conta de um diagnóstico de afasia, distúrbio neurológico que se caracteriza por “roubar” a capacidade da pessoa se comunicar. O ator Bruce Willis, de 67 anos, também sofre da doença e foi afastado das telas do cinema por conta disso.

Angeli acumula 51 anos de carreira e, durante 50, mantinha uma coluna diária no jornal Folha de S. Paulo. Em suas redes sociais ele falou sobre o afastamento do trabalho e disse que seguirá a produção de publicações e exposições da obra como desenhista, além de ter feito duas charges para representar o momento que vive.

É com tristeza e coragem que a família e os amigos de Angeli comunicam o fim, por questões de saúde, da histórica colaboração entre o autor e a Folha de S. Paulo. pic.twitter.com/5coMYLWL81

— Angeli (@Angeli_) April 20, 2022

De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, a afasia é um distúrbio neurológico que se caracteriza pela “perda parcial ou total da capacidade de expressar ou compreender a linguagem falada ou escrita”.

A doença afeta áreas do cérebro que controlam a linguagem e pode ser causada por acidente vascular cerebral, traumatismo craniano ou infecção no cérebro, mas nesses casos não piora com o tempo.

Já em pacientes com tumor cerebral a doença costuma evoluir conforme a lesão cresce e pressiona as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem. Em casos de demência também é comum que os pacientes tenham piora no quadro de afasia.

O tratamento da afasia depende do fator associado à causa, do tamanho, da localização da lesão cerebral e da extensão do comprometimento da linguagem.

Na maioria das vezes, os médicos buscam tratar a causa. Por exemplo, se houver um tumor, são feitas abordagens para reduzi-lo ao máximo, na expectativa de recuperar a área do cérebro responsável pela linguagem.

Além disso, é utilizado tratamento com fonoaudiólogo, especialmente nos casos em que não há evolução da afasia.

Quando o paciente perde as habilidades básicas de linguagem, existe a possibilidade do uso de livros ou placas com imagens e símbolos para estabelecer uma comunicação com as pessoas do convívio próximo.

Com informações de R7