Não sei explicar muito bem o que é. Às vezes, uma mistura de coisas boas fazem me sentir bem. Outras, simplesmente dói. Estou tentando me acostumar com o vazio da sua ausência, mas a saudade preenche todo espaço que você deixou.
Nunca tive um bom relacionamento com a distância, ela é uma companheira ciumenta que afasta quem deveria estar perto, que leva quem nunca deveria partir. Por isso, rompi com ela. A ignoro completamente mantendo no lado esquerdo do peito, o que ela levou para longe.
Queria dizer tantas coisas, mas seria em vão me declarar para as paredes do quarto, que devem se perguntar o que eu faço acordada a uma hora dessas. Simplesmente minha insônia tem seu nome, sobrenome e o endereço do seu coração. Brigo contra o sono para ganhar mais uns minutos de recordações que jamais vou esquecer. Revivo momentos que não voltarão mais. Cometi o grave erro de parar no tempo, enquanto ele continua correndo e, quanto mais passa, mais te leva para longe de mim.
Tento transformar tudo o que restou numa lembrança bonita para não apanhar tanto, quando a saudade bater. Aos poucos, tudo vai retornando ao seu lugar. A consciência consegue se abrir para novas possibilidades e aprende a deixar para trás o que ficou no passado. O que resta agora é somente o aprendizado de tudo o que vivemos. A sábia e rica experiência que ensinou a não cometer os mesmos erros, evitar dores desnecessárias e aproveitar ao máximo o agora. Afinal, é única coisa que realmente possuímos.
Como você não está aqui por perto, espero que esteja bem. Que tenha levado consigo as coisas boas que vivemos. E que haja regozijo no que fomos, e no que iremos nos tornar. Não somos os mesmos, éramos opostos que se atraíram e se misturaram, forjando o que nos tornamos. Agora, seguimos nosso caminho. Lados opostos, estradas diferentes e, na bagagem, do lado esquerdo peito, a memória de um sentimento que nem o tempo foi capaz de mudar.
Como você não está aqui por perto, que esses parágrafos possam transmitir o recado que a dona saudade mandou enviar…