Você merece o amor que sempre tenta dar aos outros

Você merece o amor que sempre dá aos outros, o mesmo afeto sincero, desinteressado e verdadeiro. No entanto, aquilo que oferecemos nem sempre é devolvido do mesmo modo, com a mesma intensidade e qualidade. A vida não é um bumerangue, o que vai nem sempre volta, mas ainda assim, raramente nos rendemos em nossa ânsia de oferecer o melhor.

A maioria de nós já disse em algum momento que, para atrair alguém, é preciso fazer coisas “boas” por essa pessoa. É então que iniciamos uma dinâmica delimitada pelos mais variados detalhes, favores, preferências, presentes, elogios… Sabemos que o carinho é conquistado com atenção, mas às vezes não sabemos medir os limites.

Não falamos somente do processo de cortejo. O mundo está cheio de doadores sem fronteiras, de perfis que não são conscientes do custo irreparável de oferecer a alma inteira sem receber nada em troca. São pessoas que se comprometem com os outros em cada fragmento do seu ser, pensando que essa inversão não só vale a pena, mas também vale a vida. No entanto, em questões emocionais, sacrifícios extremos nem sempre são bons. Eles deixam sequelas e ameaçam seriamente a nossa integridade psíquica e emocional.

“A maneira de dar vale mais do que aquilo que se dá”.
-Pierre Corneille-

Você merece o amor autêntico, não um mau substituto

Tudo aquilo que recebe cuidado prospera. Vemos isso em nossas plantas quando as colocamos ao sol, quando as regamos, retiramos suas folhas secas e as transferimos para vasos maiores para que expandam suas raízes. A atenção, a preocupação e o carinho nos fazem crescer em todos os sentidos e em todas as direções.

Da mesma forma que o jardineiro se preocupa com suas plantas, não podemos deixar de lado o fato de que o próprio jardineiro também precisa de atenção. Este é um pequeno detalhe que muitas vezes é esquecido.

Há quem leve décadas oferecendo um amor resplandecente, uma riqueza de atenção e emoções que nem sempre são devolvidas com a mesma carga positiva. São pessoas que, de alguma forma, se limitaram a aceitar um amor de terceira, um substituto que, em vez de nutrir, envenena. Ainda assim, não se afastam dele. Se nos perguntarmos agora o que explica este comportamento ou o ato de ficar preso em relacionamentos sem reciprocidade, a resposta é muito mais complexa do que pensamos.

Poderíamos falar de falta de autoestima, mas há muito mais. Quando essas pessoas buscam a terapia, a primeira coisa que chama a atenção dos especialistas é o fluxo do diálogo interno desses pacientes. No momento em que pedimos para falarem sobre si mesmos e se definirem, podemos escutar coisas como “sou o segundo de três irmãos, e você já sabe o quanto isso é difícil, ninguém prestava atenção em mim”, “sou comercial, ou administrativa, tive que começar a trabalhar cedo e não tive oportunidade de estudar, ficaram muitos sonhos pelo caminho…”.

O que vemos, com muita frequência, são vidas truncadas.Intuímos uma aceitação resignada e a sensação de que lá no fundo essas pessoas se percebem como tristes merecedoras dessa realidade. Elas se entregam a relacionamentos que não lhes oferecem precisamente a felicidade, mas que consideram válidos porque não se veem capazes de aspirar a algo melhor. Na opinião delas, a vida sempre as coloca em uma segunda fila onde têm que aceitar o que vier.

Ainda assim, o excepcional desses casos é que essas pessoas são capazes de dar tudo por quem faz parte de suas vidas, porque o ato de oferecer amor e atenção é sua melhor valia, é sua maior habilidade e, sem ela, se não fizerem isso, se sentirão ainda mais frustradas.

Ofereça a si mesmo aquilo que você precisa

Você merece o amor que dá aos outros; pensar assim não é um ato de egoísmo, mas de integridade, de dignidade pessoal. Você leva muito tempo sendo jardineiro, sendo arquiteto único de relacionamentos nos quais você levantou os pilares, os cimentos, as paredes, e somente você se esforça para que o teto não caia, para que o amor esteja a salvo, coberto, seguro. No entanto, você está do lado de fora, e o frio já queima a sua pele.

Você merece o amor com o qual sonhou. Já dissemos no início, a vida não é um bumerangue onde uma pessoa acaba recebendo de volta o que lança ao ar ou ao coração dos outros. Muitas vezes esse bumerangue cai no meio do caminho ou, simplesmente, nem inicia o caminho de volta.

Então, pare de fazer isso.Pare de esperar por uma reciprocidade que não acontece e pare de investir sua parte na vida em um investimento que, em vez de dar lucros, só lhe traz prejuízos.

Você merece o amor que não dói, que preenche e faz crescer. Você deve ser exigente e se sentir merecedor dele, e para isso, nada melhor do que mudar de estratégia. Deixe de ser “doador” para se transformar no receptor.

Como você é o maior especialista em oferecer esse afeto que dá asas e que valida os outros para colocá-los no mundo como as figuras mais relevantes, seja agora você o destinatário desse amor. Valide-se, nutra suas raízes e volte aos sonhos que um dia ficaram estagnados, deixe de lado o conformismo e a aceitação que enferruja. Liberte-se para se redescobrir.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa



LIVRO NOVO



Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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