As pessoas percebiam o nosso sentimento, a nossa entrega. Só de olhar pra gente, só de ver como a gente sorria um pro outro e falava as coisas mais sem sentindo com amor. Mas, elas também sabiam, desde o começo, que estávamos fadados ao fim. Diferentes demais. Eu sempre fui metódica, analista, detalhista, a pontualidade sempre foi minha melhor amiga e eu? Eu sinto e falo demais. Já você, todo leve, desapegado, sossegado, atrasado, nada sentimental e nada de falar demais. Você sempre foi mais de ouvir. Nossas diferenças apareceram com o tempo, eram incompatíveis. Teimamos. Teimamos com o Universo, com os astros, com os amigos, um com o outro. Tentamos. Você do seu jeito, eu do meu. Continuamos falhando. Certas coisas a gente não consegue mudar, né?! Por mais que a gente queira. Faz parte de quem a gente é. Mas, por gostarmos tanto um do outro, escolhemos nos desgastar aos poucos na tentativa de salvar qualquer coisa que fosse. Loucura, eu sei. Qualquer um que não conhece a gente vai pensar isso (e eu também pensei). Talvez tenha sido loucura, talvez não. O fato é que a gente viveu, amou, tentou, mas da mesma forma que um elástico, depois que perde a eslasticidade, não tem conserto, a gente também não tem. E eu sei. E me dói. E você vai ser sempre o meu elástico sem graça preferido. Eu sei que você tentou. Você sabe que eu tentei. Amor é bom, mas não é suficiente pra duas pessoas ficarem juntas. Eu vou te amar (sempre) e se, algum dia, os nossos olhares se cruzarem por aí, todo mundo vai perceber o que percebiam lá no começo: Somos um do outro, mas não somos um do outro.
Somos um do outro, mas não somos um do outro.
As pessoas percebiam o nosso sentimento, a nossa entrega. Só de olhar pra gente, só de ver como a gente sorria um pro outro e falava as coisas mais sem sentindo com amor.