Não importa tanto o que está acontecendo lá fora — ou dentro da gente — que o melhor lugar para estar é dentro do nosso lar. Veja bem, lar. Gosto de acreditar que todos saibam diferenciar casa de lar. Casa é um lugar específico, sólido, frio. É, muitas vezes, um lugar onde passamos muito pouco tempo; a maior parte do nosso dia estamos externos ao concreto, vivendo nossas rotinas e viajando em nossos sonhos.
Ao contrário de casa o lar é abstração. É uma ideia. Não é material; mas se faz a partir de uma construção, de afetos, sentimentos, aconchego. Lar é onde depositamos nossas alegrias e tristezas. Onde reside nossos sonhos e fantasias de um dia, relativamente, melhor — mesmo estando ok agora. Lar é onde estamos. Lar nos acompanha para cima e para baixo porque é no coração a base dos seus alicerces.
Tem gente que é casa. Tem gente que é lar. E quando encontramos no outro — além de possuirmos também — um cantinho para se acomodar e chamar de “meu lar” é um encontro com a própria felicidade. Porque felicidade não é ausência de tristeza, mas conforto diário da vida que possuímos. Dentro de abraços lar a gente se acomoda da dureza cotidiana e revelamos o que há de mais sincero em nossa essência, em nossas carências: alguém frágil que necessita de proteção. Em abraço lar reconfortamos as nossas alegrias e amenizamos as nossas tristezas.