Tem gente que diz que é preciso lutar pelo amor. É preciso lutar por quem a gente ama. Gostaria de imaginar que essa afirmação traz como ideia principal que, a gente, precisa demandar esforços para trazer felicidade a quem amamos. Sermos um meio para que o outro cresça através do nosso legitimo prazer de vê-los bem, em sua totalidade. Trazer evolução. Ser base para que se edifiquem-se em sua melhor versão. Se tudo isso acontecer mutuamente, maravilha! Se for essa a cerne da afirmação assino em baixo, porém não é bem isso que muitos acreditam quando promovem essa máxima.
Quando dizem “é preciso lutar pelo amor” se referem que é preciso um esforço, demasiado, para provar o próprio valor na intenção de fazer o outro amar. Para tentar despertar no outro o que deveria ser natural. Para justificar através de esforços que só desejamos bem e, outras coisas valiosíssimas que só o amor tem a capacidade de proporcionar. Daí começa a validar o correr atrás enquanto o outro corre para bem longe. Confundir o interesse sincero com insistência desnecessária. Anular o próprio valor à mercê do egocentrismo alheio. Exemplos de “lutar pelo amor” erroneamente não faltam, é conversa longa demais para prosseguir…
A real é que amor que é luta vira conflito. É guerra. E alguém sempre sairá ferido desse campo de batalha onde deveria ser um jardim de paz. Aberto. Livre. Não vale a pena essa luta por ninguém. Não se deve desistir fácil, mas insistir em alguém que demonstra nas atitudes claramente — às vezes não e é preciso ter tato para perceber isso — o desdém por esse esforço unilateral é cansativo. É tudo, menos amor.
Amor é leve e acontece sem esforço. É um procurando o outro. É ambos se esforçando pela felicidade mútua. É uma troca de carinhos, de afetos, de concessões. É doação pelo riso que não é próprio, mas traz felicidade em admirar o que está no outro. Se tem uma coisa que o amor não é, é luta. É conquista e reconquista do melhor da gente; é querer ser do outro, sem jamais deixar-se de ser próprio.