“Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas com que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.”
Assim escreveu, certa vez, o escritor mineiro Rubem Alves. Um homem que foi pastor presbiteriano, mas encerrou sua vida como um teólogo que acreditava que o divino morava no significado individual. E o significar coisas, pessoas e sentimentos é um processo tão pessoal que ele jamais deveria passar pelo crivo da opinião alheia.
Uma flor amarela pode ser bela, pode ser simplória, pode me remeter à imagem de uma mãe querida ou ao velório de alguém amado. Por isso, não venha me dizer que flores amarelas são feitas para vasos de porcelana azul-turquesa expostos em mesas de centro. Quem significa a minha flor amarela, sou eu!
Quem sabe com quais cores eu devo pintar as paredes do meu coração é o meu sentir! Se no meio do caminho eu quiser voltar, que isso esteja claro para mim, e não porque uma voz medrosa disse que eu não conseguiria! Raspar as tintas de cores cruas com as quais nos pintaram, tirar das caixas empoeiradas os nossos desejos libertários, cantar “What a wonderfulworld” com uma voz de pato feliz, bemmm feliz!
Mudar de faculdade, buscar outro emprego, acreditar em um novo amor, passar batom vermelho na segunda-feira, chorar feito criança porque apertou o dedo na porta do carro, casar de branco aos 50, pedir o divórcio depois de 40 anos de relacionamento.
Coloque sua flor amarela onde você se sentir mais feliz: na lapela, na janela, no vaso ou dentro de um livro para que ela seque. Apenas não permita que suas flores amarelas sejam colocadas em mesas de centro que só agradem às visitas. Quem mora na sua casa todos os dias é você! Respeite seus próprios valores.
Lindo texto menina, parabens
Flor amarela! A flor amarela é minha, ela está em meu jardim.
Gostei desse texto.
Boas palavras!